A autoconfrontação com o próprio tempo como perspectiva analítica no estudo das relações entre o tempo e a saúde
The self-confrontation with own time as an analytical perspective in the study of relations between teams and health

Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 23 (7), 2018
Publication year: 2018

Resumo O presente estudo visou desenvolver um dispositivo que conjuga um instrumento quantitativo sobre o uso do tempo, com uma técnica qualitativa de entrevista, buscando revelar possíveis relações entre o tempo e a saúde. Foi realizada pesquisa de campo com enfermeiros de um hospital na região metropolitana do Rio de Janeiro. Através do uso de uma caderneta de atividades adaptada de diários de uso do tempo, os sujeitos registraram os horários das atividades ao longo de uma semana. As entrevistas se inspiraram na autoconfrontação, no sentido de os trabalhadores observarem uma imagem colorida que descrevia o próprio tempo a partir do registro das atividades. O dispositivo permitiu investigar como os trabalhadores percebem esse tempo e como o relacionam à saúde, considerada em sentido amplo. Entre as questões trazidas pelo grupo como fonte de desconforto e mal estar físico e mental, encontram-se a sobrecarga de trabalho profissional e a constatação de um tempo em demasia para os outros que se articula ao pouco tempo para si com forte componente das relações de gênero. A potência desse dispositivo como caminho investigativo das relações entre o tempo e a saúde indica sua adequabilidade em estudos com outros grupos de trabalhadores.
Abstract Sociological studies point out a malaise resulting from the use of time in contemporary societies. The present study aimed at developing a device that combines a quantitative instrument on the use of time, with a qualitative interview technique, seeking to reveal possible relations between time and health. A field research was conducted with nurses of a hospital in the metropolitan area of Rio de Janeiro. The subjects registered the length of time activities took to be carried out during an entire week in an activity notebook adapted from time use diaries. Interviews were inspired in self-confrontation, as workers observed a coloured image that describes time taken from the register of activities. The device allowed investigate how workers perceive this time and how they relate it to health, considered in an ample sense. Among the issues brought up by the group as source of discomfort and physical malaise, are the overcharge of professional work and acknowledgement of too much time for the others that are linked to too little time for oneself with a strong component in gender relations. The strength of this device as investigative path of relations of time and health indicates its adequacy in studies with other groups of workers.

More related