Utilização de Medicinas Alternativas e Complementares na atenção primária à saúde de Florianópolis/SC, Brasil: percepção de usuários
Use of Complementary and Alternative Medicine in primary healthcare in Florianópolis, Santa Catarina, Brazil: user perception
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 23 (8), 2018
Publication year: 2018
Resumo Apresenta-se análise parcial dos resultados de pesquisa que investigou as percepções de usuários sobre o uso institucional de Medicinas Alternativas e Complementares (MAC) nos centros de saúde de Florianópolis. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com usuários tratados com MAC nos locais com maiores ofertas, usando como referencial teórico-metodológico a teoria fundamentada em dados. Na sua maioria, o uso de MAC era proposto pelos profissionais da atenção básica (operadores do cuidado biomédico), inicialmente de forma alternativa e preferencial à biomedicina, e houve comum preferência dos entrevistados por essa forma de uso, devido aos menores efeitos colaterais atribuídos às MAC. Usuários referiram diálogo aumentado com os profissionais devido à negociação sobre as forma de tratamentos. Emergiu a hipótese de que as MAC podem ser um tratamento alternativo inicial em parte significativa dos casos, ficando o convencional como retaguarda para uso posterior se necessário, ou complementar ou único em outras situações. Isso permite esboçar um fluxo ampliado da presença das MAC na atenção primária à saúde. Novas pesquisas e experiências institucionais são necessárias para investigação dessa hipótese, que amplifica o uso das MAC numa 'ecologia de cuidados institucionais'.
Abstract This is a partial analysis of the outcome of a survey looking at user perception of the institutional use of Complementary and Alternative Medicine (CAM) in Florianópolis healthcare centers. Structured interviews were applied to users treated with CAM in the locations offering this option most often, using data-based theory as a theoretical-methodological reference. For the most part, the use of CAM was proposed by basic health professionals (the operators of biomedical care), initially as a preferred alternative to biomedicine. Interviewees preferred CAM, associating it to fewer side-effects. Users mentioned enhanced dialog with professionals to negotiate treatment forms. The hypothesis emerged that CAM could be the initial treatment option in a large number of cases, saving conventional treatment for subsequent use if necessary, or in some cases as the single or complementary treatment. This enables drafting an expanded flow using CAMs in primary healthcare. New studies and institutional experience are required to investigate this hypothesis, expanding the use of CAM in an ecology of institutional care.