A prevenção à violência em programas interdisciplinares que atuam em escolas brasileiras e portuguesas
The prevention of violence in interdisciplinary programs implemented in Brazilian and Portuguese schools
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 23 (9), 2018
Publication year: 2018
Resumo O presente artigo tem por objetivo compreender de que modo e em que medida equipes interdisciplinares de apoio às escolas públicas no contexto brasileiro e português caracterizam e desenvolvem ações em prol da prevenção à violência. A pesquisa foi realizada a partir de um estudo exploratório, por meio de entrevistas com 24 profissionais seguida de análise temática. Os resultados sugerem que no Programa existente em Portugal a prevenção é sempre apontada como uma possibilidade; enquanto que no brasileiro, além dos discursos que apostam na prevenção, também há menção a limites quanto à realização de práticas preventivas em escolas. Nas localidades investigadas, as ações de prevenção sinalizadas se apresentam de modo incipiente quando comparadas com as preconizadas pela Organização Mundial e Panamericana de Saúde. Discute-se que uma visão mais estratégica do Ministério da Educação e das Secretarias de Educação poderia contribuir para a não responsabilização solitária da instituição escolar pela prevenção da violência e, deste modo, potencializar a redução do fenômeno e favorecer seus efeitos em longo prazo.
Abstract This paper aims to understand how and to what extent interdisciplinary teams supporting public schools in the Brazilian and Portuguese context characterize and develop violence prevention actions. The research was carried out from an exploratory study through interviews with 24 professionals and later, a thematic analysis was done. The results indicate that prevention is always pointed out as a possibility in the Portuguese Program; in the Brazilian program, in addition to prevention-oriented discourses, limits regarding the realization of preventive activities in schools are also mentioned. In the locations investigated, flagged prevention actions are shown incipiently when compared to actions advocated by the WHO and the Pan American Health Organization. It is argued that a more strategic vision of the Ministry of Education and the Education Secretariats could contribute to avoid the sole accountability of schools concerning prevention of violence and thus enhance the decline of this phenomenon and favor its effects in the long term.