Epidemias e colapso demográfico no México e nos Andes do século XVI: contribuições da biologia evolutiva
Epidemics and demographic collapse in Mexico and the Andes in the sixteenth century: contributions from evolutionary biology
Hist. ciênc. saúde-Manguinhos; 25 (2), 2018
Publication year: 2018
Resumo Discute as epidemias no colapso demográfico de ameríndios no México e na América Andina após a chegada dos espanhóis. A partir das categorias de Ernst Mayr de causas distantes (ou evolutivas) e próximas (ou funcionais), argumenta-se que causas distantes, como causas genéticas, que conferiram resistência imunológica aos espanhóis, manifestaram-se em um cenário muito estratificado, provocando a destruição de incas e astecas. Interpretações recentes do projeto colonialista europeu buscam minimizar a importância das epidemias ou matizá-las com fatores sociais, econômicos e políticos, interpretados aqui como causas próximas. Defendemos que somente pela articulação dessas duas categorias é possível entender a importância das epidemias na conquista espanhola da América Latina.
Abstract The role of epidemics in the demographic collapse of the Amerindians in Mexico and Andean America after the arrival of the Spanish is discussed. Ernst Mayr's categories of ultimate (or evolutionary) and proximal (or functional) causes are used to argue that ultimate causes, such as genetics, which gave the Spanish immunological resistance, were manifested in a very stratified setting, triggering the destruction of the Incas and Aztecs. Recent interpretations of colonization have played down the importance of epidemics or combined them with social, economic, and political factors, interpreted here as proximate causes. We understand that only by articulating these two categories can the importance of epidemics in the Spanish conquest of Latin America be understood.