Avaliação e classificação da disfagia pós-extubação em pacientes críticos
Evaluation and classification of post-extubation dysphagia in critically ill patients

Rev. Col. Bras. Cir; 45 (3), 2018
Publication year: 2018

RESUMO Objetivo:

identificar os fatores associados à disfagia em pacientes submetidos à intubação orotraqueal prolongada (IOTp) e as consequências pós-extubação.

Métodos:

participaram do estudo 150 pacientes submetidos à IOTp, avaliados segundo o nível funcional da deglutição (American Speech Language - Hearing Association National Outcome Measurement System - ASHA NOMS), a determinação da gravidade (The Simplified Acute Physiology Score - SOFA) e a coleta das seguintes variáveis: idade, mortalidade, dias de intubação orotraqueal, número de atendimentos para introdução da alimentação oral e dias para alta hospitalar.

Os pacientes foram agrupados de acordo com a classificação do ASHA:

1 (níveis 1 e 2), 2 (níveis 3, 4 e 5) e 3 (níveis 6 e 7).

Resultados:

as análises indicaram as seguintes variáveis associadas a pior funcionalidade da deglutição: idade (p<0,001), mortalidade (p<0,003); dias de IOT (p=0,001), número de atendimentos para introdução de dieta oral (p<0,001) e dias para alta hospitalar (p=0,018). As comparações múltiplas indicaram diferença significante na comparação dos grupos ASHA1 e ASHA2 em relação ao grupo ASHA3. Os grupos ASHA1 e ASHA2 apresentaram menor score na SOFA quando comparados ao grupo ASHA3 (p=0,004). Somente 20% dos pacientes do grupo ASHA1 e 32% dos pacientes do ASHA2 apresentaram níveis seguros de deglutição antes da alta hospitalar.

Conclusão:

os fatores associados à disfagia em pacientes submetidos à IOTp foram: idade acima de 55 anos e tempo de intubação orotraqueal (maior nos casos com pior funcionalidade da deglutição). As consequências pós-extubação foram: aumento da mortalidade e do tempo de internação hospitalar na presença da disfagia.

ABSTRACT Objective:

to identify factors associated with dysphagia in patients undergoing prolonged orotracheal intubation (pOTI) and the post-extubation consequences.

Methods:

150 patients undergoing pOTI participated in the study, evaluated according to the deglutition functional level (American Speech Language - Hearing Association National Outcome Measurement System - ASHA NOMS), severity determination (The Simplified Acute Physiology Score - SOFA) and submitted to collection of variables age, mortality, days of orotracheal intubation, number of sessions to introduce oral diet, and days to hospital discharge.

We grouped patients according to ASHA classification:

1 (levels 1 and 2), 2 (levels 3, 4 and 5) and 3 (levels 6 and 7).

Results:

the variables associated with impaired deglutition functionality were age (p<0.001), mortality (p<0.003), OTI days (p=0.001), number of sessions to introduce oral diet (p<0.001) and days to hospital discharge (p=0.018). Multiple comparisons indicated significant difference between ASHA1 and ASHA2 groups in relation to ASHA3 group. ASHA1 and ASHA2 groups had a lower SOFA score when compared with the ASHA3 group (p=0.004). Only 20% of ASHA1 patients and 32% of ASHA2 patients presented safe deglutition levels before discharge.

Conclusion:

factors associated with dysphagia in patients submitted to pOTI were age over 55 years and orotracheal intubation time (greater in the cases with worse deglutition functionality). The post-extubation consequences were increased mortality and length of hospital stay in the presence of dysphagia.

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