Tamponamento cardíaco por cateter central de inserção periférica em prematuros: papel da ultrassonografia à beira do leito e abordagem terapêutica
Cardiac tamponade by peripherally inserted central catheter in preterm infants: role of bedside ultrasonography and therapeutic approach

Rev. Col. Bras. Cir; 45 (3), 2018
Publication year: 2018

RESUMO Objetivo:

determinar a incidência de derrame pericárdico com tamponamento cardíaco em recém-natos prematuros em uma unidade de terapia intensiva pediátrica, com ênfase na relação entre o derrame pericárdico e a inserção de cateter central de inserção periférica, e avaliar o papel da ultrassonografia à beira do leito na abordagem desses casos.

Métodos:

análise retrospectiva dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva pediátrica, entre julho de 2014 e dezembro de 2016, que apresentaram derrame pericárdico com repercussão hemodinâmica, avaliados por ultrassonografia.

Resultados:

foram estudados 426 pacientes admitidos na unidade neonatal de cinco leitos, com realização 285 ultrassonografias à beira do leito. Foram encontrados seis casos de derrame pericárdico, sendo quatro casos com choque obstrutivo e necessidade de realização de drenagem pericárdica, sem mortalidade relacionada ao procedimento e com melhora hemodinâmica em todos os pacientes após o procedimento. A incidência de derrame pericárdico foi de 2,4 casos por ano.

Conclusão:

a incidência de derrame pericárdico é baixa em neonatos, porém o diagnóstico precoce é fundamental devido à alta morbimortalidade, especialmente nos casos de instalação abrupta. Todos os casos foram diagnosticados pela ultrassonografia à beira do leito, demonstrando sua importância no rastreio desses casos, especialmente em nos quadros de choque de etiologia incerta e neonatos com instabilidade hemodinâmica de início súbito que estão em uso de acesso venoso central.

ABSTRACT Objective:

to determine the incidence of pericardial effusion with cardiac tamponade in preterm infants in a pediatric intensive care unit, with emphasis on the relationship between pericardial effusion and peripherally inserted central catheter, and to evaluate the role of bedside ultrasound in approaching these cases.

Methods:

we conducted a retrospective analysis of patients admitted to a pediatric intensive care unit between July 2014 and December 2016, who presented pericardial effusion with hemodynamic repercussion, evaluated by ultrasonography.

Results:

we studied 426 patients admitted to the five beds of the neonatal unit. In the period, there were 285 bedside ultrasound exams. We found six cases of pericardial effusion, four of which with obstructive shock and need for pericardial drainage. There was no procedure-related mortality, and all patients evolved with hemodynamic improvement after the procedure. The incidence of pericardial effusion was 2.4 cases per year.

Conclusion:

the incidence of pericardial effusion is low in neonates, but early diagnosis is fundamental due to high morbidity and mortality, especially in cases of abrupt onset. All cases were diagnosed by bedside ultrasonography, demonstrating its importance in the screening of these cases, especially in shocks of uncertain etiology and neonates with sudden onset hemodynamic instability who are using central venous access.

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