Rev. Paul. Pediatr. (Ed. Port., Online); 36 (2), 2018
Publication year: 2018
RESUMO Objetivo:
Apesar da alta prevalência de cardiopatia reumática no nosso país, a ocorrência de prejuízos funcionais em crianças e adolescentes com cardiopatia reumática não está esclarecida. Este estudo visou avaliar tolerância ao exercício, força muscular respiratória, função pulmonar e qualidade de vida de crianças e adolescentes com cardiopatia reumática. Métodos:
Estudo transversal, realizado de agosto a dezembro de 2014, com portadores de cardiopatia reumática de 8 a 16 anos de idade. Os participantes, após preenchimento dos questionários socioeconômico, clínico e de qualidade de vida, foram submetidos a espirometria, manovacuometria e teste de caminhada de seis minutos. As variáveis e seus valores de referência foram comparados pelo teste t de Student pareado. Para comparar as diferenças entre as distâncias percorridas prevista e observada, considerando-se as categorizações dos participantes, foi utilizado o teste t de Student. Correlações entre essas diferenças e as variáveis quantitativas foram feitas pelo coeficiente de Pearson, sendo significante p<0,05. Resultados:
Os 56 participantes obtiveram distância percorrida inferior à prevista (p<0,001). As diferenças entre as distâncias prevista e observada mostraram correlação positiva com a frequência cardíaca basal (r=0,3545; p=0,007). A força muscular expiratória também foi inferior à prevista (p<0,001). A qualidade de vida foi de 70; 77 e 67%, respectivamente, nos domínios geral, físico e psicossocial. Conclusões:
Crianças e adolescentes com cardiopatia reumática apresentam tolerância reduzida ao exercício, a qual está relacionada com uma maior frequência cardíaca basal; eles também demonstram prejuízo na força expiratória e na qualidade de vida.
ABSTRACT Objective:
Despite the high prevalence of rheumatic heart disease in Brazil, the occurrence of functional impairment in children and adolescents with rheumatic heart disease is not clear. The aim of this study was to evaluate exercise tolerance, respiratory muscle strength, lung function, and quality of life of children and adolescents with rheumatic heart disease. Methods:
Cross-sectional study, conducted from August to December 2014 with children and adolescents with rheumatic heart disease aged 8 to 16 years. The participants, after completing the socioeconomic, clinical, and quality of life questionnaires were tested by spirometry, manovacuometry and in a 6-minute walk test. The variables and their reference values were compared using the paired Student's t-test. Comparisons between predicted and observed walking distance were done also by Student's t-test, consdiering the categorization of the participants. Correlations between these differences and quantitative variables were assessed by Pearson's coefficient, being significant p<0.05. Results:
All 56 participants had a walked distance lower than predicted (p<0.001). The differences between predicted and observed distances were positively correlated with the baseline heart rate (r=0.3545; p=0.007). Expiratory muscle strength was also lower than the predicted values (p<0,001). Regarding quality of life assessment, the mean scores were 70, 77 and 67% for general, physical, and psychosocial aspects, respectively. Conclusions:
Children and adolescents with rheumatic heart disease have reduced exercise tolerance, which is related to their higher baseline heart rate; they also show impaired expiratory strength and quality of life.