Rev. odontol. UNESP (Online); 47 (3), 2018
Publication year: 2018
Objetivo:
Analisar a idade de erupção do primeiro dente decíduo de lactentes nascidos pré-termo, egressos de unidade de terapia intensiva neonatal, além de relacionar os dados obtidos com fatores natais e pós-natais. Material e método:
Este estudo longitudinal prospectivo foi realizado com lactentes provenientes de unidades de terapia intensiva neonatal (n=215). O critério de inclusão foi prematuridade e o de exclusão, indisponibilidade para acompanhamento e recém-nascidos portadores de síndromes/más formações congênitas, permanecendo, após aplicação desses critérios, 62 participantes. O exame foi realizado por um único operador. Os dados foram processados pelo SPSS e pela estatística descritiva e comparativa. Resultado:
Ao considerar a idade cronológica, apenas um lactente apresentou incisivos inferiores erupcionados aos seis meses. Constatou-se atraso na erupção (60%), quando comparado com padrão da literatura, porém, ao analisar pela idade corrigida para prematuridade, este atraso foi menos frequente (32%). Entre os fatores natais e pós-natais, o atraso na erupção não apresentou relação com peso ao nascimento, idade gestacional, sexo, aleitamento materno, sucção de dedo/chupeta, escolaridade materna e renda familiar. A maior frequência de atraso na erupção, pela idade corrigida, ocorreu nos casos em que o recém-nascido foi avaliado como pequeno para a idade gestacional (p=0,006). Conclusão:
A idade de erupção do primeiro dente decíduo em lactentes pré-termo apresentou-se com atraso, quando avaliada pela idade cronológica. Porém, não houve atraso quando utilizada a idade corrigida para prematuridade. Dos fatores natais e pós-natais, apenas a relação peso/idade gestacional influenciou na idade de erupção.
Objective:
To analyze the eruption age of the first deciduous tooth of preterm infants from the neonatal intensive care unit and to relate with natal and postnatal factors. Material and method:
This prospective longitudinal study was conducted with infants from neonatal intensive care units (n=215). The inclusion criterion was prematurity and exclusion was the unavailability for follow-up and newborns with congenital syndromes/malformations, with 62 participants remaining. The exam was performed by a single operator. Data were processed by SPSS and by descriptive and comparative statistics. Result:
When considering the chronological age, only one infant presented erupted lower incisors at 6 months. Eruption delay (60%) can be verified when compared to the standard reported in the literature. However, when analyzed by adjusted age for prematurity, this delay was less frequent (32%). Among the natal and postnatal factors, the eruption delay was not related to birth weight, gestational age, sex, breastfeeding, finger/pacifier sucking, maternal schooling and family income. The greatest frequency of eruption delay by adjusted age occurred in cases in which the infant was considered small for the gestational age (p=0.006). Conclusion:
The eruption of the first deciduous tooth in preterm infants presented with delay, when assessed by chronological age. However, there was no delay when the corrected age for prematurity was used. Among the natal and postnatal factors, only the weight/gestational age relationship influenced the age of eruption.