Impact of ultra-processed foods on micronutrient content in the Brazilian diet
Impacto de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes da dieta no Brasil
Rev. saúde pública (Online); 49 (), 2015
Publication year: 2015
OBJECTIVE To evaluate the impact of consuming ultra-processed foods on the micronutrient content of the Brazilian population's diet.METHODS This cross-sectional study was performed using data on individual food consumption from a module of the 2008-2009 Brazilian Household Budget Survey. A representative sample of the Brazilian population aged 10 years or over was assessed (n = 32,898). Food consumption data were collected through two 24-hour food records. Linear regression models were used to assess the association between the nutrient content of the diet and the quintiles of ultra-processed food consumption - crude and adjusted for family incomeper capita.RESULTS Mean daily energy intake per capita was 1,866 kcal, with 69.5% coming from natural or minimally processed foods, 9.0% from processed foods and 21.5% from ultra-processed foods. For sixteen out of the seventeen evaluated micronutrients, their content was lower in the fraction of the diet composed of ultra-processed foods compared with the fraction of the diet composed of natural or minimally processed foods. The content of 10 micronutrients in ultra-processed foods did not reach half the content level observed in the natural or minimally processed foods. The higher consumption of ultra-processed foods was inversely and significantly associated with the content of vitamins B12, vitamin D, vitamin E, niacin, pyridoxine, copper, iron, phosphorus, magnesium, selenium and zinc. The reverse situation was only observed for calcium, thiamin and riboflavin.CONCLUSIONS The findings of this study highlight that reducing the consumption of ultra-processed foods is a natural way to promote healthy eating in Brazil and, therefore, is in line with the recommendations made by the Guia Alimentar para a População Brasileira (Dietary Guidelines for the Brazilian Population) to avoid these foods.
OBJETIVO Avaliar o impacto da ingestão de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes na alimentação da população brasileira.MÉTODOS Estudo transversal realizado com dados do módulo sobre consumo alimentar individual da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, aplicado a uma amostra representativa da população brasileira com dez ou mais anos de idade (n = 32.898). Informações sobre o consumo alimentar foram obtidas por dois registros diários da alimentação. Análises de regressão linear foram empregadas para descrever a direção e o significado estatístico da associação entre quintos do consumo relativo de alimentos ultraprocessados e o teor de micronutrientes na dieta, sem e com ajuste para renda familiar.RESULTADOS O consumo médio diário per capita de energia foi de 1.866 kcal, sendo 69,5% proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados (incluídas as preparações culinárias feitas com base nesses alimentos), 9,0% de alimentos processados e 21,5% de alimentos ultraprocessados. Para 16 dos 17 micronutrientes estudados, o teor médio encontrado na fração do consumo alimentar relativa aos alimentos ultraprocessados foi inferior ao da fração relativa aos alimentos in natura ou minimamente processados. O teor de 10 micronutrientes presentes nos alimentos ultraprocessados não chegou à metade do observado nos alimentos in natura ou minimamente processados. O aumento da participação dos alimentos ultraprocessados na dieta mostrou-se inversa e significativamente associado ao teor de vitaminas B12, D, E, niacina e piridoxina e de cobre, ferro, fósforo, magnésio, selênio e zinco. Situação oposta foi observada apenas para cálcio, tiamina e riboflavina.CONCLUSÕES Os achados deste estudo mostram que a redução no consumo de alimentos ultraprocessados é um caminho natural para a promoção da alimentação saudável no Brasil e, portanto, apoiam a recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira quanto a se evitar o consumo desses alimentos.