Rev. saúde pública (Online); 53 (), 2019
Publication year: 2019
OBJETIVO:
Avaliar a tendência das internações por condições sensíveis à atenção primária e sua relação com a cobertura da Estratégia Saúde da Família. MÉTODOS:
Estudo ecológico de séries temporais utilizando registros do Sistema de Informação Hospitalar referentes ao período de 2005 a 2015, com dados para o estado de Goiás. As análises de tendência foram realizadas por regressão linear generalizada pelo método de Prais-Winsten com variância robusta, que permitiu verificar se a tendência de internações por condições sensíveis à atenção primária foi estacionária (p > 0,05), declinante (p < 0,05 e coeficiente de regressão negativo) ou ascendente (p < 0,05 e coeficiente de regressão positivo) em cada região de Goiás e por grupo diagnóstico estratificado por sexo. A correlação de Pearson foi utilizada para verificar o grau de associação entre cobertura da Estratégia Saúde da Família e a taxa de internações por condições sensíveis à atenção primária. RESULTADOS:
As internações por condições sensíveis à atenção primária foram responsáveis por 1.092.070 (30,0%) internações em Goiás. A taxa média de internações por condições sensíveis à atenção primária foi estaticamente menor que a taxa por outras condições no período analisado (167,6% versus 386,2%; t = −13,18; p < 0,001). Verificou-se uma tendência decrescente das taxas de internações por condições sensíveis à atenção primária em Goiás e na maioria das regiões de saúde. As tendências variaram entre os sexos nos grupos de causas. Observou-se correlação negativa entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e a taxa de internações por condições sensíveis à atenção primária no estado e também na maioria das regiões de saúde. CONCLUSÕES:
As internações por condições sensíveis à atenção primária tiveram tendência de redução significativa ao longo do período analisado. Apesar dessa diminuição progressiva, essa taxa permanece elevada e a tendência de redução não foi linear para todas as causas. Estes resultados possibilitam direcionar políticas públicas, ao desenhar um panorama geral das internações por condições sensíveis à atenção primária por sexo e região no estado.(AU)
OBJECTIVE:
To evaluate the trend of hospitalizations due to primary care sensitive conditions and its relationship with the Family Health Strategy coverage. METHODS:
Ecological study of time series using the records from the Hospital Information System, from 2005 to 2015, with data for the state of Goiás, Brazil. Trend analyses were performed by the generalized linear regression method of Prais-Winsten with robust variance, which allowed to verify if the trend of hospitalizations due to primary care sensitive conditions was stationary (p > 0.05), declining (p < 0.05 and negative regression coefficient), or ascending (p < 0.05 and positive regression coefficient) in each region of Goiás and for each diagnosis group, stratified by sex. Pearson correlation was used to verify the degree of association between the Family Health Strategy coverage and the rate of hospitalizations due to primary care sensitive conditions. RESULTS:
Hospitalizations due to primary care sensitive conditions accounted for 1,092,070 (30.0%) of hospitalizations in Goiás. The average hospitalizations rate due to primary care sensitive conditions was statically less than the rate for other conditions in the analyzed period (167.6% against 386.2%; t = −13.18; p < 0.001). There has been a downward trend in hospitalizations trend due to primary care sensitive conditions in Goiás and in most health regions. The trends varied between sexes in the groups of causes. We observed a negative correlation between the Family Health Strategy coverage and the hospitalizations trend due to primary care sensitive conditions in the state and also in most health regions. CONCLUSIONS:
Hospitalizations due to primary care sensitive conditions had a significant reduction trend over the analyzed period. Despite this progressive decrease, this rate remains high and the reduction trend was not linear for all causes. These results allow for directing public policies, while drawing a general overview of hospitalizations due to primary care sensitive conditions by sex and region in the state.(AU)