J. Health Biol. Sci. (Online); 7 (1), 2019
Publication year: 2019
Introdução:
com a ocorrência da chamada feminização do HIV, tornou-se comum mulheres descobrirem a infecção pelo vírus do HIV no pré-natal em virtude do rastreamento. Entender como tal grupo de gestantes lida com o processo de gestação e de maternidade em relação a grupos de outros fatores de risco é pertinente. Objetivo:
realizar uma análise epidemiológica, da percepção e expectativa das gestantes portadoras do HIV em relação ao filho, de questões relacionadas ao autocuidado antes e durante a gestação, comparando com gestantes que apresentam gestação de alto risco, mas soronegativas. Método:
foi realizado um estudo qualitativo que entrevistou aleatoriamente 22 gestantes, 10 soropositivas e 12 soronegativas e questionou sobre suas perspectivas em relação à gestação; além da avalição do perfil epidemiológico dessa população. Resultados:
as gestantes apresentam um perfil epidemiológico similar ao âmbito nacional. Ambos os grupos apresentam sentimentos comuns em relação ao processo gestacional, parto, e conhecimento sobre transmissão vertical. Entretanto, gestantes soropositivas passam por algumas dificuldades, tanto emocionais, quanto sociais, e preocupações diferentes de gestantes soronegativas. O fato de estar presente a infecção pelo vírus do HIV, durante a gestação, trouxe uma série de temores, como a da transmissão vertical, malformações, julgamento social de estar perpetuando a doença, além da impossibilidade de amamentar. Em contraponto, foi possível perceber que todos esses conflitos que, em um primeiro momento, são desesperadores, podem se tornar motivos de superação, de maior cuidado com a saúde e maior planejamento, se as mães infectadas pelo vírus do HIV tiverem o acompanhamento correto. Conclusão:
é essencial a existência de uma equipe multidisciplinar preparada para lidar com os conflitos das gestantes, além de educá-las quanto às formas de transmissão vertical. Em especial no grupo soropositivo, o apoio psicológico quanto ao medo de transmissão vertical e ao processo de confrontar o fato de não poder amamentar faz necessário, pois isso estabelece uma confiança mútua, tanto da paciente em relação a equipe de saúde, quanto da equipe em relação à paciente, algo que é central para a saúde da mãe e do bebê.(AU)
Introduction:
the occurrence of so-called feminization of HIV has become common for women to discover HIV infection in prenatal care due to screening. It is important to understand the way a group of pregnant women handles the process of pregnancy and maternity in relation to groups of other risk factors. Objective:
the purpose of this study is to verify epidemiology, perception and expectation of pregnant women with HIV in relation to their child, to self-care issues before and during gestation in comparison to seronegative pregnant women who present other high-risk factors. Methodology:
a random qualitative study interviewed 22 pregnant women, 10 seropositive women and 12 seronegative women. The women were questioned about their perspectives regarding to pregnancy and then this population was evaluated. Results:
it was concluded that pregnant women in the region of the study had an epidemiological profile similar to the national level. Both groups showed common feelings about the gestational process, childbirth, and knowledge about mother-to-child transmission. However, seropositive pregnant women had to face some emotional and social difficulties and had different concerns compared to seronegative pregnant women. Pregnant women infected by HIV are worried about mother-to-child transmission, malformations, social judgment of perpetuating the disease and the impossibility of breastfeeding. However, it was possible to notice that all these conflicts, which at first are desperate, become reasons for overcoming if mothers infected with the HIV virus have the correct follow-up. Conclusion:
it’s fundamental to have a multidisciplinary team prepared to handle with the difficulties of pregnant women and to educate them about mother-to-child transmission. In seropositive group, psychological support to face the fear of mother-to-child transmission and the process of confronting the fact that they can’t breastfeed is essential. It is crucial to trust in the health care team for the health of the mother and the baby.(AU)