Rev. bras. promoç. saúde (Online); 31 (3), 2018
Publication year: 2018
OBJETIVO:
Caracterizar a população em uso de psicofármacos da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde. MÉTODOS:
Pesquisa transversal realizada com 203 usuários de psicofármacos em uma Unidade Básica de Saúde em Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil, em 2017. Coletaram-se dados sociodemográficos e sobre o uso do(s) psicofármaco(s) através de um questionário, posteriormente analisados por meio do IBM SPSS Statistics, versão 20.0. RESULTADOS:
Encontrou-se média de psicofármacos prescritos de 1,52 ±0,746, tempo médio de uso de 6,52 ±7,350 anos, prevalência do sexo feminino (n=163; 80,3%), casados ou em união estável (n=90; 44,3%) e com baixa escolaridade (n=99; 48,8%). A maior proporção relatou ter moradia própria (n=132; 65%), ser de cor negra/parda (n=118; 58,1%), trabalhador do lar (n=58; 28,6%) e com renda individual de até um salário mínimo (n=101; 49,8%). Além disso, 35,5% (n=72) viviam com hipertensão arterial sistêmica como principal doença crônica. Houve prevalência da classe dos ansiolíticos (34%), do acesso caracterizado pela compra do medicamento (62%), e do psiquiatra como o principal prescritor das drogas psicotrópicas (49%). CONCLUSÃO:
O uso de psicofármacos no serviço de saúde foi prevalente em mulheres pretas e/ou pardas, com baixa renda e escolaridade, que desempenham atividades laborais em casa, e com adoecimento crônico. Os ansiolíticos estão entre as drogas de maior consumo e o psiquiatra é o principal prescritor. Há dificuldades no acesso e na descontinuação desses medicamentos. (AU)
OBJECTIVE:
To characterize the population covered by the Family Health Strategy in Primary Health Care who is using psychotropic drugs. METHODS:
Cross-sectional study of 203 psychotropic drugs users in a Primary Health Care center in 2017 in Caicó, Rio Grande do Norte, Brazil. Sociodemographic data and information on the use of psychotropic drugs were collected using a questionnaire that was later analyzed using IBM SPSS Statistics version 20.0. RESULTS:
The mean number of psychotropic drugs prescribed was 1.52±0.746 and the mean duration of use was 6.52±7.350 years. There was a predominance of women (n=163; 80,3%), married individuals or individuals in a common-law marriage (n=90; 44.3%) individuals with low levels of education (n=99; 48.8%). Most participants reported having their own house (n=132; 65%), being Black/Pardo (n=118; 58.1%), being a homemaker (n=58; 28.6%) and having an individual income of up to one minimum wage (n=101; 49.8%). Additionally, 35.5% (n=72) presented with systemic arterial hypertension as the main chronic disease. There was a predominance of use of anxiolytics (34%), of access characterized by the purchase of the drug (62%), and of the psychiatrist as the main prescriber of psychotropic drugs (49%). CONCLUSION:
The use of psychotropic drugs in the health care center was more prevalent in Black and/or Pardo women with low levels of income and education who work at home and who have chronic diseases. Anxiolytics are among the most commonly used drugs and the psychiatrist is the primary prescriber. There are difficulties in accessing and discontinuing the use of these drugs. (AU)
OBJETIVO:
Caracterizar la población de la Estrategia Salud de la Familia en la Atención Primaria de Salud que consume psicofármacos. MÉTODOS:
Investigación transversal realizada con 203 usuarios de psicofármacos de una Unidad Básica de Salud de Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil, en 2017. Se recogieron datos sociodemográficos y del uso de psicofármaco(s) a través de una encuesta y los mismos han sido analizados con el uso del IBM SPSS Statistics versión 20.0. RESULTADOS:
Se ha encontrado una media de psicofármacos prescritos de 1,52 ± 0,74, tiempo medio de uso de 6,52 ±7,35 años, la prevalencia para el sexo femenino (n=163; 80,3%), casados o en unión estable (n=90; 44,3%) y con baja escolaridad (n=99; 48,8%). La mayor proporción ha relatado tener vivienda propia (n=132; 65%), ser de color negro/pardo (n=118; 58,1%), ser trabajador del hogar (n=58; 28,6%) y con renta individual de hasta un sueldo mínimo (n=101; 49,8%). Además, el 35,5% (n=72) tenían hipertensión arterial sistémica como la principal enfermedad crónica. Hubo prevalencia de la clase de los ansiolíticos (34%), del acceso caracterizado por la compra de la medicación (62%) y del psiquiatra como el que más prescribe las drogas psicotrópicas (49%). CONCLUSIÓN:
El uso de los psicofármacos en el servicio de salud ha sido prevalente en mujeres negras y/o pardas, de baja renta y escolaridad que tienen actividades laborales en sus casas y padecen de enfermedad crónica. Los ansiolíticos están entre las drogas de mayor consumo y el psiquiatra es lo que más les prescribe. Hay dificultades para el acceso y la discontinuidad de eses medicamentos. (AU)