Controle neural da deglutição
Neural control of swallowing

Arq. gastroenterol; 55 (supl.1), 2018
Publication year: 2018

ABSTRACT BACKGROUND:

Swallowing is a motor process with several discordances and a very difficult neurophysiological study. Maybe that is the reason for the scarcity of papers about it.

OBJECTIVE:

It is to describe the chewing neural control and oral bolus qualification. A review the cranial nerves involved with swallowing and their relationship with the brainstem, cerebellum, base nuclei and cortex was made.

METHODS:

From the reviewed literature including personal researches and new observations, a consistent and necessary revision of concepts was made, not rarely conflicting.

RESULTS AND CONCLUSION:

Five different possibilities of the swallowing oral phase are described: nutritional voluntary, primary cortical, semiautomatic, subsequent gulps, and spontaneous. In relation to the neural control of the swallowing pharyngeal phase, the stimulus that triggers the pharyngeal phase is not the pharyngeal contact produced by the bolus passage, but the pharyngeal pressure distension, with or without contents. In nutritional swallowing, food and pressure are transferred, but in the primary cortical oral phase, only pressure is transferred, and the pharyngeal response is similar. The pharyngeal phase incorporates, as its functional part, the oral phase dynamics already in course. The pharyngeal phase starts by action of the pharyngeal plexus, composed of the glossopharyngeal (IX), vagus (X) and accessory (XI) nerves, with involvement of the trigeminal (V), facial (VII), glossopharyngeal (IX) and the hypoglossal (XII) nerves. The cervical plexus (C1, C2) and the hypoglossal nerve on each side form the ansa cervicalis, from where a pathway of cervical origin goes to the geniohyoid muscle, which acts in the elevation of the hyoid-laryngeal complex. We also appraise the neural control of the swallowing esophageal phase. Besides other hypotheses, we consider that it is possible that the longitudinal and circular muscular layers of the esophagus display, respectively, long-pitch and short-pitch spiral fibers. This morphology, associated with the concept of energy preservation, allows us to admit that the contraction of the longitudinal layer, by having a long-pitch spiral arrangement, would be able to widen the esophagus, diminishing the resistance to the flow, probably also by opening of the gastroesophageal transition. In this way, the circular layer, with its short-pitch spiral fibers, would propel the food downwards by sequential contraction.

RESUMO CONTEXTO:

A deglutição é um processo motor com muitas discordâncias e de difícil estudo quanto a sua neurofisiologia. Talvez por essa razão sejam tão raros os artigos sobre esse tema. OBJETIVO - Descrever o controle neural da mastigação e a qualificação do bolo que se obtém durante a fase oral. Revisar os nervos cranianos envolvidos com a deglutição e suas relações com o tronco cerebral, cerebelo, núcleos de base e córtex.

MÉTODOS:

Revisão da literatura com inclusão de trabalhos pessoais e novas observações buscando dar consistência a necessária revisão dos conceitos, muitas vezes conflitantes.

RESULTADOS E CONCLUSÃO:

Em relação a fase oral da deglutição consideramos o controle neural em cinco distintas possibilidades. Fase oral nutricional voluntária, fase oral cortical voluntária primaria, fase oral semiautomática, fase oral em goles subsequentes e fase oral espontânea. Em relação ao controle neural da fase faríngea da deglutição, pode-se observar que o estímulo que dispara a fase faríngea não é o toque produzido pela passagem do bolo, mas sim a distensão pressórica, tenha ou não conteúdo em passagem. Na deglutição nutricional, alimento e pressão são transferidos, mas na fase oral da deglutição primária cortical somente pressão é transferida e temos resposta faríngea similar a nutricional. A fase faríngea incorpora como parte de sua dinâmica as atividades orais já em curso. A fase faríngea se inicia por ação do plexo faríngeo composto pelos nervos glossofaríngeo (IX), vago (X), e acessório (XI), com envolvimento do trigêmeo (V), do facial (VII), glossofaríngeo (IX) e hipoglosso (XII). O plexo cervical (C1, C2), e o nervo hipoglosso, a cada lado, formam a alça cervical de onde, com origem cervical, um ramo segue para o músculo gênio-hioide, um músculo que atua na dinâmica de elevação do complexo hiolaríngeo. Foi também considerado o controle neural da fase esofágica da deglutição. Além de outras hipóteses foi considerado que é possível que a camadas musculares consideradas como longitudinal e circular para o esôfago sejam a longitudinal composta por fibras espirais de passo longo e a circular por fibras espirais de passo curto. Essa morfologia associada ao conceito de preservação de energia, nos permite admitir que a contração da camada longitudinal por seu arranjo espiral seja capaz de alargar o esôfago diminuindo sua resistência ao fluxo e provavelmente e também abrindo a transição esofagogástrica. Desse modo a camada circular, espiral de passo curto, pode propelir o bolo por constrição sequencial de cranial para caudal.

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