Entre o suporte e o controle: a articulação intersetorial de redes de serviços
Between support and control: the intersectorial coordination of services networks
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 23 (10), 2018
Publication year: 2018
Resumo Redes sociais, especificamente de articulação entre serviços das políticas sociais, são incentivadas como forma de aumento da efetividade das ações, podendo promover maior suporte social, devendo ser implementadas pela gestão pública. Contudo, elas podem também produzir controle da vida dos pobres. Objetivou-se mapear as redes sociais em Campinas-SP, e investigar a estratégia de articulação entre os serviços das políticas de assistência social, educação e saúde como possível instrumento de suporte social. Para tanto, foram entrevistados 13 dos 15 coordenadores distritais das políticas sociais, aplicado questionários com terapeutas ocupacionais, com a colaboração de 47,2% (n = 17) das profissionais municipais e realizada observação de duas redes por quatro meses. Foram mapeadas 78 redes, com predominância no setor da saúde.
Foram discutidas as categorias:
O que é rede? Quem realiza as ações em rede? Quais as atribuições da rede? Suporte social ou controle? Conclui-se que há um distanciamento entre discurso e prática. Por um lado, há consenso em torno da necessidade das redes; por outro, não se possibilita mudanças institucionais para sua efetivação. Além de sua função parecer ser ambivalente, uma vez que procuram garantir suporte, são também dispositivos de controle.
Abstract Social networks, especially those coordinating different social policy services, are responsible for fostering the increase of effectiveness of actions, being able to promote greater social support that must be implemented by public administration, but they can also exercise control of the lives of the poor. The scope of this article was to map social networks in Campinas, state of São Paulo, to investigate the strategy behind intersectorial coordination among social services, education and health as a tool of social support. To achieve this, 13 of the 15 district coordinators of social policies were interviewed, questionnaires were filled out by occupational therapists, with 47.2% (n = 17) of collaboration of the city's professionals, and two networks being monitored for 4 months. Mapping was conducted of 78 predominantly health sector networks.