Judicialização de vidas indignas: o caso da unidade experimental de saúde em São Paulo
Judicialization of undignified lives: the case of Health Experimental Unit in São Paulo
Judicialización de vidas indignas: el caso de la Unidad Experimental de Salud en São Paulo
Pesqui. prát. psicossociais; 13 (2), 2018
Publication year: 2018
O presente artigo objetiva problematizar a criação e manutenção da Unidade Experimental de Saúde (UES) de São Paulo. Trata-se de uma instituição destinada à internação de jovens autores de atos infracionais diagnosticados com transtornos de personalidade e/ou periculosidade. A partir dos conceitos de homo sacer e Estado de exceção de Agamben e das noções de tecnologia disciplinar, periculosidade e racismo de Estado de Foucault, este trabalho analisa o modo como a vida de jovens que cometeram atos infracionais tem sido conduzida na contemporaneidade. Para tanto, utiliza matérias do jornal Folha de São Paulo (FSP), no período de 2010 até o primeiro semestre de 2015 e atualiza a situação da UES. Nesse sentido, entende-se que a UES reativa técnicas de assujeitamento e encarceramento de pessoas, judicializando vidas consideradas indignas. Ao mesmo tempo, impede que novas formas de intervenção e tratamento sejam elaboradas e implementadas para esses jovens.
This article aims to discuss the creation and maintenance of the Experimental Health Unit (UES) of São Paulo. It is an institution for the admission of young authors of infractions act diagnosed with personality disorders and/or dangerousness. Based on the Agamben's concepts of homo sacer and State of Exception and some Foucault's notions, such as disciplinary technology, dangerousness and state racism, this paper examines how the lives of young people who have committed illegal acts have been conducted, in contemporary. Therefore, it uses materials of the newspaper Folha de São Paulo (FSP), from 2010 to the first half of 2015 and updates the status of the UES. In this sense, it is understood that the UES reactive subjection techniques and incarceration of people, judicialize considered unworthy lives. At the same time, prevent new forms of intervention and treatment are developed and implemented to these young people.
Este artículo tiene como objetivo discutir la creación y el mantenimiento de la Unidad de Salud Experimental (UES) de Sao Paulo. Es una institución para la admisión de jóvenes autores de infracciones diagnosticado con trastornos de la personalidad y/o peligrosidad. Sobre la base de los conceptos de homo sacer y Estado de Excepción de Agamben y las nociones de tecnología disciplinaria, peligrosidad y racismo de estado de Foucault, este trabajo examina cómo se han llevado a cabo las vidas de los jóvenes que han cometido actos ilegales, en los días actuales. Por lo tanto, analiza materiales del periódico Folha de São Paulo (FSP), en el período comprendido entre 2010 y la primera mitad de 2015 y actualiza el estado de la UES. En este sentido, se entiende que la UES reactiva técnicas de sujeción y encarcelamiento de las personas, judicializando vidas consideradas indignas. Al mismo tiempo, evitan que nuevas formas de intervención y tratamiento sean desarrolladas e implementadas para estos jóvenes.