Rev. bras. ter. intensiva; 30 (4), 2018
Publication year: 2018
RESUMO Objetivo:
Avaliar a qualidade de vida relacionada com a saúde, em longo prazo, de sobreviventes de um período de internação na unidade de terapia intensiva por revisão sistemática. Métodos:
Busca, seleção e análise de estudos observacionais que avaliaram a qualidade de vida relacionada com a saúde de sobreviventes de internação na unidade de terapia intensiva nas bases de dados eletrônicas LILACS e MEDLINE® (acessada pelo PubMed), encontrados por meio dos termos MESH indexados "quality of life [MeSH Terms]" AND "critically ill [MeSH Terms]". Foram incluídos estudos publicados nos últimos 5 anos no idioma inglês realizados em pacientes adultos sem doenças prévias específicas. As citações foram selecionadas independentemente por três revisores. Os dados foram extraídos de forma padronizada e independente por dois revisores, e a qualidade dos estudos foi avaliada utilizando a escala Newcastle-Ottawa. Resultados:
Foram incluídos 19 coortes observacionais e 2 estudos caso-controle de 57.712 doentes críticos. O tempo de seguimento dos estudos variou de 6 meses a 6 anos, sendo a maioria dos estudos com 6 meses ou 1 ano de seguimento. A qualidade de vida relacionada com a saúde foi avaliada utilizando duas ferramentas genéricas, o EuroQol e o Short Form Health Survey. A qualidade geral dos estudos foi baixa. Conclusões:
A qualidade de vida relacionada com a saúde, em longo prazo, está comprometida em sobreviventes de internação na unidade de terapia intensiva comparada à da população geral correspondente. Porém, esta não é significativamente afetada pela presença de sepse, delírio e lesão renal aguda durante a internação na unidade de terapia intensiva quando comparada com grupos controle de pacientes críticos. São necessários estudos de alta qualidade para quantificar a qualidade de vida relacionada com a saúde em sobreviventes de internação em unidade de terapia intensiva.
ABSTRACT Objective:
To assess the long-term, health-related quality of life of intensive care unit survivors by systematic review. Methods:
The search for, and selection and analysis of, observational studies that assessed the health-related quality of life of intensive care unit survivors in the electronic databases LILACS and MEDLINE® (accessed through PubMed) was performed using the indexed MESH terms "quality of life [MeSH Terms]" AND "critically illness [MeSH Terms]". Studies on adult patients without specific prior diseases published in English in the last 5 years were included in this systematic review. The citations were independently selected by three reviewers. Data were standardly and independently retrieved by two reviewers, and the quality of the studies was assessed using the Newcastle-Ottawa scale. Results:
In total, 19 observational cohort and 2 case-control studies of 57,712 critically ill patients were included. The follow-up time of the studies ranged from 6 months to 6 years, and most studies had a 6-month or 1-year follow up. The health-related quality of life was assessed using two generic tools, the EuroQol and the Short Form Health Survey. The overall quality of the studies was low. Conclusions:
Long-term, health-related quality of life is compromised among intensive care unit survivors compared with the corresponding general population. However, it is not significantly affected by the occurrence of sepsis, delirium, and acute kidney injury during intensive care unit admission when compared with that of critically ill patient control groups. High-quality studies are necessary to quantify the health-related quality of life among intensive care unit survivors.