Complexidade e potencialidade do trabalho dos agentes comunitários de saúde no Brasil contemporâneo
Complexity and potentiality of the community health workers' labor in contemporary Brazil

Saúde debate; 42 (spe1), 2018
Publication year: 2018

RESUMO O objetivo deste artigo foi analisar o escopo de práticas dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) relacionando-o à situação social e de saúde, bem como os elementos facilitadores e os limitantes. Trata-se de um estudo transversal de abordagem mista, e estratégia explanatória sequencial, realizado em quatro municípios do Ceará. No estudo quantitativo, a amostra de 160 ACS foi aleatória com instrumento estruturado. No qualitativo, realizou-se seis grupos focais e entrevistas. Prevaleceram, na amostra, mulheres (139; 86,9%), casadas (111; 69,4%), com renda familiar maior ou igual a 2 salários mínimos (102; 63,7%), nível técnico incompleto (68; 42,5%), da zona urbana (114; 71,3%), atuando como ACS há menos de 10 anos (93; 58,2%). As principais atividades foram visitação domiciliar de grupos prioritários e cadastramento de famílias. Evidenciou-se a complexidade do trabalho, que inclui ações de promoção e vigilância à saúde como pré-natal, imunizações, hipertensão, diabetes, cuidado com idosos, entre outros. Como limitantes das práticas, identificaram-se: deficiência da formação técnica, suporte reduzido no trabalho e violência.

Como potencializadores:

educação permanente e gestão participativa. O escopo de práticas dos ACS é complexo e abrangente, incluindo a articulação de políticas públicas no território, o que se constitui em uma potencialidade para promoção da saúde de comunidades vulneráveis.(AU)
ABSTRACT The aim of this article was to analyze the Community Health Worker' (CHW) scope of practices, relating it to the social and health situation faced, as well as with facilitating and limiting elements of their practice. This is a cross-sectional study utilizing a mixed approach, including sequential explanatory strategy, carried out in four municipalities of Ceará. In the quantitative study, the sample of 160 CHW was randomized, and a structured instrument was used to collect data. In the qualitative study, six focal groups and interviews were carried out. We mainly found women (139; 86.9%), married (111; 69.4%), with a family income greater than or equal to 2 minumm wages (102; 63.7%), incomplete professional trainning (68; 42.5 %), from the urban area (114, 71.3%), acting as CHW for less than 10 years (93, 58.2%). The main activities were home visitation of priority groups and families registration. The complexity of the work was evidenced, which includes actions of health promotion and surveillance, such as prenatal care, immunizations, hypertension, diabetes, care for the elderly, among others. As limitations of their practices, we identified: deficiency of technical/professional training, reduced work support, and violence. As facilitators, we observed: permanent education and participatory management practices. The scope of CHW practices is complex and broad, including the articulation of public policies in the territory, which constitutes a potential for health promotion of vulnerable communities.(AU)

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