Medicina (Ribeiräo Preto); 51 (3), 2018
Publication year: 2018
Background:
Cancer patients usually require palliative care. One of the reasons for this is malnutrition, which is common in these patients, affecting their prognosis and quality of life. Data on
nutritional care in palliative care are still scarce. Objective:
To characterize the diagnosis and
nutritional care in palliative care cancer patients hospitalized in a public health setting. Methods:
Descriptive retrospective cohort study on clinical, laboratory, and nutritional data obtained from
medical records of cancer patients in palliative care. Results:
A total of 128 admissions of cancer
patients in palliative care were analyzed. Main primary cancer sites were in digestive, urologic and
pulmonary systems. Mean age was 64.3±16.6 years. Patients were clinically and nutritionally
compromised – mean performance status of 17.77±7.15, hemoglobin 9.6±2.37U/dL, albumin
2.64±0.64g/dL, C-reactive protein 125.37±68.37ml/L, and 60.8% of malnutrition (mean BMI of
20.19±5.57kg/m2). Oral route was the main route of administration (62.5%) and analysis of agreement revealed nutritional provision in excess of estimated daily requirements. No association was
found between fasting condition, hospitalization outcome (death) and nutritional diagnosis (p=0.51).
Conclusions:
These cancer patients received palliative care just at the end stage of life, when most
of them were malnourished, symptomatic, without specific oncologic treatment, and with a poor
performance status. There was a preference for oral nutritional therapy, however, energy and protein supply were higher than the estimated nutritional requirements. The realization of fasting during
hospitalization in the moments before death was not associated with the patient’s outcome. (AU)
Objetivo:
Caracterizar o diagnóstico e o cuidado nutricional em pacientes em cuidados paliativos
hospitalizados em um serviço de saúde pública. Métodos:
Estudo de coorte retrospectivo descritivo
sobre dados clínicos, laboratoriais e nutricionais obtidos de prontuários de pacientes oncológicos em
cuidados paliativos. Resultados:
Foram analisadas 128 internações de pacientes oncológicos em
cuidados paliativos. Os principais sítios tumorais primários estavam nos sistemas digestivo, urológico e pulmonar. A média de idade foi de 64,3 ± 16,6 anos. Os pacientes estavam clínica e nutricionalmente comprometidos - desempenho médio de 17,77 ± 7,15, hemoglobina 9,6 ± 2,37 U/dL, albumina
2,64 ± 0,64 g/dL, proteína C-reativa 125,37 ± 68,37 ml/L e 60,8% de desnutrição (IMC médio de
20,19 5,57 kg/m2). A via oral foi a principal via de administração (62,5%) e a análise de concordância revelou o suprimento nutricional em excesso às necessidades diárias estimadas. Não foi
encontrada associação entre condição de jejum, desfecho da hospitalização (morte) e diagnóstico
nutricional (p = 0,51). Conclusões:
Esta população de pacientes oncológicos recebeu cuidados
paliativos no estágio final de vida, quando a maioria estava desnutrida, sintomática, sem tratamento oncológico e com baixo desempenho funcional. Houve a preferência pelo uso da via oral para a
realização da terapia nutricional, contudo, observou-se fornecimento energético e proteico superior
às necessidades nutricionais estimadas. A realização de jejum durante o período de internação
hospitalar que antecede o óbito não foi associada com o desfecho dos pacientes. (AU)