Rev. Ciênc. Plur; 4 (2), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
O Brasil, em 2016, alcançou uma taxa bruta de mortalidade igual a 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Além de outras consequências, essa mortandade apresenta impactos na saúde, na dinâmica demográfica e, por conseguinte, no processo de desenvolvimento econômico-social.Objetivo:
Demonstrar as correlações significantes entre os homicídios e os índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda entre os municípios brasileiros.Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, onde foram avaliados 62.517 óbitos por homicídios em 2016. Foram calculadas taxas de mortalidade padronizada para idade por 100 mil habitantes, segundo local de residência, de todos os municípios brasileiros com mínimo de 100 mil habitantes. Os coeficientes de correlação Winsorizada foram utilizados para avaliar a dependência dos homicídios com índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda. As razões de prevalência foram avaliadas com o teste exato de Fisher para medir a força de associação, considerando-se um nível de significância de 5%.Resultados:
Os homicídios entre homens foram dez vezes mais prevalentes que entre as mulheres (RP=9,7 –p-valor<0,001), correspondendo a 93% dos homicídios. Os homicídios foram prevalentemente óbitos juvenis, onde 54,6% ocorreram na faixa etária entre 15 e 29 anos, onde 75% eram negros. Dos 15 municípios com menores taxas de homicídios, dez pertenciam ao estado de São Paulo. No outro extremo, metade dos 15 municípios mais violentos foram do estado da Bahia. Quanto maior adesigualdade de renda ou pobreza entre os municípios avaliados, maiores foram as taxas de homicídios observadas. Um efeito contrário foi observado com as maiores as expectativas de anos de estudo e de acesso à educação.Conclusão:
Os municípios brasileiros com maiores problemas de violência homicida foram aqueles que apresentaram as maiores desigualdades sociais e pobreza. Em sentido contrário, a educação foi relacionada às menores taxas de homicídios (AU).
Introduction:
Brazil, in 2016, achieved a mortality rate equal to 30.3 homicides per 100,000 inhabitants. In addition to other consequences, this mortality has impacts on health, demographic dynamics and, consequently, the process of socio-economic development.Objective:
Aimed to demonstrate the significant correlations between homicides and the indices of education, poverty and income inequality among municipalities in Brazil.Methods:
A cross-sectional study was used, where 62,517 homicide deaths were assessed in 2016. Age-standardized mortality rates per 100,000 inhabitants, according to place of residence, were calculated for all Brazilian municipalities with a minimum of 100,000 inhabitants. Winsorized correlation coefficients were used to evaluate the dependence of homicides with indices of education, poverty and income inequality. Prevalence ratios were assessed using Fisher's exact test to measure the strength of association, with a significance level of 5%.Results:
Homicides among men were ten times more prevalent than among women (PR = 9.7 -p-value <0.001), corresponding to 93% of homicides. The homicides were predominantly juvenile deaths, where 54.6% occurred in the age group between 15 and 29 years, where 75% were black. Of the 15 municipalities with the lowest homicide rates, ten belonged to the state of São Paulo. At the other extreme, half of the 15 most violent municipalities were from the state of Bahia. The greater the inequality of income or poverty among the municipalities evaluated, the higher the homicide rates observed. An opposite effect was observed with the higher expectations of years of study and access to education.Conclusion:
The Brazilian municipalities with the greatest problems of homicidal violence were those that presented the greatest social inequalities and poverty. On the contrary, education was related to lower homicide rates (AU).