Adesão ao tratamento medicamentoso do diabetes mellitus tipo 2: diferenças de gênero
Adherence to medication treatment of type 2 diabetes mellitus: gender differences
Rev. APS; 21 (3), 2018
Publication year: 2018
O objetivo deste trabalho foi analisar a adesão ao tratamento medicamentoso de pessoas com diabetes mellitus tipo 2, com enfoque nas diferenças de gênero. Trata-se de um estudo transversal realizado em Unidades de Saúde da Família de Ribeirão Preto, São Paulo, com 100 mulheres e 100 homens com diabetes tipo 2, em uso de medicamentos, igualmente estratificados nas faixas etárias de 18-59 anos e de 60 anos ou mais. As variáveis investigadas foram sociodemográficas, clínicas e adesão mensurada por meio do Brief Medication Questionnarie. A prevalência de adesão estimada foi de 71% nos homens e 62% nas mulheres. Verificaram-se associações entre adesão e homens com autopercepção da saúde como boa, que usavam um medicamento, de administração por via oral, que não apresentavam reações adversas e obtiveram os medicamentos pelo Programa Farmácia Popular do Brasil (p<0,01). Nas mulheres, observou-se associação entre adesão e uso de um medicamento (p<0,01), provido pelo Programa Farmácia Popular do Brasil (p<0,04), e que não apresentaram reações adversas aos antidiabéticos (p<0,01). A frequência de adesão e as variáveis que influenciavam neste processo foram maiores entre os homens. Logo, verifica-se a necessidade de considerar as singularidades dos gêneros nas intervenções em diabetes, especialmente, nos aspectos relacionados ao tratamento medicamentoso.
The objective of this study was to analyze the adherence to drug treatment of people with type 2 diabetes mellitus, with a focus on gender differences. This is a crosssectional study carried out in the Family Health Units of Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil, with 100 women and 100 men with type 2 diabetes using medication, also stratified in the age groups of 18-59 years and 60 years or more. The variables investigated were sociodemographic, clinical, and adherence measured using the Brief Medication Questionnaire. The estimated prevalence of adherence was 71% in men and 62% in women. There were associations between adherence and men with good self-perceived health, who used an orally administered medication, who did not present adverse reactions and obtained the drugs through the Popular Pharmacy Program of Brazil (p <0.01). In women, there was an association between adherence and use of a drug (p <0.01), provided by the Brazilian Popular Pharmacy Program (p <0.04), and who did not present adverse reactions to antidiabetics (p <0.01). The frequency of adherence and the factors that influenced this process were higher among men. Therefore, it is necessary to consider the gender singularities in diabetes interventions, especially in aspects related to drug treatment.