O SUS e as políticas sociais: Desafios contemporâneos para a atenção primária à saúde
SUS and social policies: Contemporary challenges for primary health care
SUS y las políticas sociales: Desafíos contemporáneos para la atención primaria de salud
Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online); 14 (41), 2019
Publication year: 2019
Este artigo constitui-se em um estudo teórico, cuja premissa é a imposição feita pelo atual estágio do capitalismo aos países pobres, entre eles o Brasil, que visa flexibilizar a estruturação de suas políticas sociais, ameaçando conquistas importantes, como é o caso do Sistema Único de Saúde (SUS). Como objetivo, importou analisar as políticas sociais no Brasil no contexto do capitalismo contemporâneo, em que predomina a mais fetichizada forma do capital, qual seja, o capital portador de juros, e seus desdobramentos para o SUS. Além disso, buscou-se compreender o papel dos organismos internacionais, especialmente o Banco Mundial, neste contexto. A primeira parte apresenta uma discussão acerca da crise do Estado de Bem-Estar e da reconfiguração das políticas sociais, segundo a lógica da fase atual do capitalismo. Além disso, discute a disputa pelo fundo público e sua relevância para o processo de acumulação e expansão do capital portador de juros. A segunda parte expõe o papel estratégico dos organismos internacionais, sobretudo o Banco Mundial, como porta-voz da agenda neoliberal. Trata da influência do Banco Mundial sobre a política interna dos Estados, de modo a articular a geopolítica internacional, segundo os “interesses dos mercados”. Por fim, fazem-se alguns apontamentos para o futuro do sistema de saúde brasileiro, principalmente para a Atenção Primária à Saúde.
This paper is a theoretical study whose premise is the imposition made by the current stage of capitalism on poor countries, among them Brazil, which aims to make the structuring of its social policies more flexible, threatening important achievements, such as the Unified Health System. It was important, as a goal, to analyze the Brazilian social policies in the context of contemporary capitalism, in which the most fetishized form of capital, namely, the interest-bearing capital, and its unfolding for the SUS, predominates. We also sought to understand the role of international organizations, especially the World Bank, in this context. The first part shows a discussion about the crisis of the Welfare State and the reconfiguration of social policies according to the rationale of the current stage of capitalism. Furthermore, it discusses the dispute over public funds and its relevance to the process of accumulated and expanded interest-bearing capital. The second part shows the strategic role of international organizations, especially the World Bank, as the spokesperson for the neoliberal agenda. It addresses the influence of the World Bank on the domestic policy of the states so as to articulate international geopolitics according to “market interests”. Finally, some remarks are made regarding the future of the Brazilian health system, particularly for Primary Health Care.
Este artículo se constituye en un estudio teórico, cuya premisa es la imposición hecha por la actual fase del capitalismo a los países pobres, entre ellos Brasil, y que pretende flexibilizar la estructuración de sus políticas sociales, amenazando logros importantes, como es el caso del Sistema Único de Salud. Como objetivo, importó analizar las políticas sociales en Brasil en el contexto del capitalismo contemporáneo, en el que predomina la más fetichizada forma del capital, cuál es, el capital portador de interés, y sus desdoblamientos para SUS. Además, se buscó comprender el papel de los organismos internacionales, especialmente el Banco Mundial, en este contexto. La primera parte presenta una discusión acerca de la crisis del Estado de Bienestar y de la reconfiguración de las políticas sociales, según la lógica de la fase actual del capitalismo. También se discute la disputa por los fondos públicos y su relevancia para el proceso de acumulación y expansión del capital portador de interés. La segunda parte expone el papel estratégico de los organismos internacionales, sobre todo el Banco Mundial, como portavoz de la agenda neoliberal. Trata de la influencia del Banco Mundial sobre la política interna de los Estados, para articular la geopolítica internacional según los “intereses de los mercados”. Por último, se hacen algunos apuntes para el futuro del sistema de salud brasileño, en particular para la Atención Primaria de Salud.