Rev. bras. epidemiol; 21 (supl.2), 2018
Publication year: 2018
RESUMO:
Objetivo: Descrever a prevalência da autoavaliação de saúde ruim e muito ruim em idosos não asilados vivendo na cidade de São Paulo em 2010 e identificar se persistem as desigualdades sociais anteriormente relatadas para esta condição. Métodos:
Foi realizado um estudo transversal, com amostra representativa de 1.344 pessoas com 60 anos ou mais vivendo na cidade, participantes do Estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento). Foi aplicado questionário sobre características sociodemográficas, incluindo três questões de autoavaliação de saúde: uma pergunta direta sobre a condição atual, uma comparação com a condição das demais pessoas da mesma idade, e uma comparação consigo mesmo há um ano. A análise comparativa utilizou modelos de regressão de Poisson, relatando a razão de prevalências como medida de associação entre variáveis. Resultados:
Apenas 7,8% dos idosos relataram autoavaliação negativa de saúde em 2010, proporção análoga à dos que se consideraram em pior condição de saúde que as demais pessoas de mesma idade (8,7%). No entanto, foi mais elevada a prevalência de idosos que relataram piora em relação ao ano anterior: 29,2%. Independentemente da questão utilizada, a prevalência de autoavaliação negativa de saúde associou-se diretamente com piores indicadores de renda, escolaridade e classes de consumo. Também foram observadas diferenças significativas entre os sexos, grupos etários e categorias de cor da pele. Conclusão:
Diferenças na prevalência de autoavaliação negativa de saúde persistem afetando os grupos sociodemográficos. O conhecimento já disponível sobre desigualdades sociais de saúde não propiciou suprimir ou atenuar a injustiça social neste desfecho.
ABSTRACT:
Objective: To describe the prevalence of the self-rated poor and very poor health status among elderly people who were not in nursing homes and were living in São Paulo, Brazil, in 2010, and to identify whether the social inequalities previously reported for this condition persist. Methods:
We carried out a cross-sectional study, with a representative sample of 1,344 people aged 60 years or more living in the city, who participated in the SABE Study (Health, Well-Being, and Aging). We applied a questionnaire about sociodemographic characteristics, which included three questions on self-rated health status: a direct question about the current condition, a comparison with the condition of the other people of the same age, and a comparison with oneself a year before. The comparative analysis used Poisson regression models, reporting the prevalence ratio as a measure of association between variables. Results:
Only 7.8% of the elderly individuals reported a negative self-rated health status in 2010, similar proportion to those that consider themselves to be in worse health condition than the other people of the same age (8.7%). However, the prevalence of elderly people that reported worsening in comparison with the previous year was higher, of 29.2%. Regardless of the question used, the prevalence of negative self-rated health was directly associated with worse indicators of income, educational status, and consumer classes. Significant differences between genders, age groups, and skin color categories were also observed. Conclusion:
Differences in the prevalence of self-rated negative health status continue to affect the sociodemographic groups. The knowledge already available about social inequalities in health did not eliminate or attenuate social injustice in this outcome.