Rev. bras. oftalmol; 77 (6), 2018
Publication year: 2018
Resumo Objetivo:
Avaliar a prevalência de crianças com dificuldade visual em triagens realizadas em 3 escolas públicas de Aracaju-SE, estimar a distribuição dos erros refrativos e usar os dados para planejamento de uma ação social mais extensa em todas as escolas públicas da cidade. Métodos:
Estudo transversal, com medida da acuidade visual (AV), na forma de triagem. Foram analisados idade, gênero, AV, frequência dos principais erros refrativos, médias de equivalente esférico e cilindro das crianças com AV pior ou igual a 0,7 em qualquer olho, diferença superior a 0,2 entre os olhos, sinais de doenças oculares ou se já fizessem uso de óculos. Resultados:
Foram avaliadas 510 crianças nas 3 escolas. A idade média foi 9,1 ± 1,6 anos. Gênero masculino correspondeu a 50,4%. Das 154 crianças (30%) que necessitaram de consulta mais detalhada, 97 se dirigiram à consulta. Destas, 51 tiveram indicação de uso de óculos. Míopes corresponderam a 44,1% dos olhos, hipermetropia a 15,6% e astigmatismo a 82,3%. A idade média das crianças com indicação de uso de óculos foi 9,5 ± 1,7 anos. Considerando-se que há em torno de 15 mil crianças entre o 1º e o 3º anos do ensino fundamental matriculadas nas escolas públicas de Aracaju, pode-se estimar que aproximadamente 30% delas necessitarão de consulta oftalmológica, correspondendo a 4500 atendimentos (2000 a 2500 destas deverão precisar de óculos). Conclusão:
Conclui-se que aproximadamente um terço das crianças em idade escolar neste estudo apresentou dificuldade visual durante a triagem. Após avaliação oftalmológica, foram prescritos óculos para pouco mais da metade. Astigmatismo foi o erro de refração mais prevalente. Os dados obtidos foram utilizados para o planejamento de importante ação social a ser desenvolvida pela Sociedade Sergipana de Oftalmologia.
Abstract Purpose:
To evaluate the prevalence of visually impaired children at screening in three public schools in Aracaju-SE, to estimate the distribution of refractive errors and to use the data to develop a more comprehensive social project in all public schools of town. Methods:
Cross-sectional study with visual acuity (VA) measurement at screening. Age, gender, VA, frequency of the main refractive errors, spherical equivalent and cylinder of those children with VA lower than or equal to 0.7 in any eye, difference greater than 0.2 between the eyes, signs of eye diseases or if they already wore glasses. Results:
A total of 510 children were evaluated in 3 schools. Mean age was 9.1 ± 1.6 years. Males were 50.4%. Of the 154 children (30%) who required a more detailed examination, 97 went to the office. Of these, 51 had a prescription of glasses. Myopes accounted for 44.1% of the eyes, hypermetropia to 15.6% and astigmatism to 82.3%. Mean age of children with glasses was 9.5 ± 1.7 years. Considering that there are 15 thousand children between the 1st and 3rd years of elementary school, it can be estimated that approximately 30% will require ophthalmological consultation, corresponding to 4500 consultations (2000 to 2500 of these should need glasses). Conclusion:
We conclude that approximately one-third of school-age children in this study had visual impairment during screening. After ophthalmological evaluation, glasses were prescribed for just over half. Astigmatism was the most prevalent refractive error in the 3 schools of the study. The data obtained were used for the planning of important social project to be developed by Sergipe's Society of Ophthalmology.