Rev. saúde pública (Online); 53 (), 2019
Publication year: 2019
ABSTRACT OBJECTIVE:
To identify the clinical pathways of women with breast cancer treated in public hospitals, and to analyze the factors that influence the time interval between the first appointment and the start of therapy. METHODS:
A cross-sectional study was conducted with 600 women with breast cancer treated in nine public hospitals in the Brazilian Federal District. Patients were interviewed between September 2012 and September 2014. Simple and multiple logistic regression models were adjusted to evaluate the variables associated with the time interval studied. The most frequent pathway was the one that started in primary care with following care in the therapy service (28.9%). In the multiple adjustment, factors associated to a longer time interval between the first appointment and therapy were: lower family income (OR = 1.89; 95%CI 1.32-2.68), the first appointment in public services (OR = 1.78; 95%CI 1.20-2.64), care in more than two health services in the clinical pathway (OR = 1.71; 95%CI 1.19-2.44); and obtaining the anatomopathological analysis of the biopsy in public services instead of private health services (OR = 1.87; 95%CI 1.29-2.71). Independently, the implementation of specialist appointment scheduling, with care regulation, was associated with a shorter time interval between first appointment and therapy (OR = 0.33; 95%CI 0.16-0.65). CONCLUSIONS:
We observed that multiple pathways were covered by women with breast cancer treated in public services of the Federal District. Socioeconomic iniquities and several aspectos of the pathways covered were associated with a longer time interval between the first appointment and the start of breast cancer therapy.
RESUMO OBJETIVO:
Conhecer os itinerários terapêuticos de mulheres com câncer de mama tratadas em hospitais públicos, assim como analisar os fatores que influenciam o intervalo de tempo entre a primeira consulta e o início do tratamento. MÉTODOS:
Realizou-se um estudo transversal com 600 mulheres com câncer de mama tratadas em nove hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil. As pacientes foram entrevistadas entre setembro de 2012 e setembro de 2014. Foram ajustados modelos de regressão logística simples e múltipla para avaliar as variáveis associadas ao intervalo de tempo estudado. O itinerário mais frequente foi aquele iniciado na atenção primária com atendimento subsequente no serviço de tratamento (28,9%). No ajuste múltiplo, foram associados a um maior tempo entre a primeira consulta e o tratamento: menor renda familiar (OR = 1,89; IC95% 1,32-2,68), realização da primeira consulta em serviços públicos (OR = 1,78; I IC95% 1,20-2,64), atendimento em mais de dois serviços de saúde no itinerário terapêutico (OR = 1,71; IC95% 1,19-2,44); e obtenção da análise anatomopatológica da biópsia em serviços públicos ao invés de serviços de saúde privados (OR = 1,87; IC95% 1,29-2,71). De forma independente, a implementação do agendamento de consulta com especialista, por meio da regulação assistencial, foi associada a um menor intervalo de tempo entre primeira consulta e tratamento (OR = 0,33; IC95% 0,16-0,65). CONCLUSÕES:
Observou-se que múltiplos itinerários foram percorridos pelas mulheres com câncer de mama tratadas em serviços públicos do Distrito Federal. Iniquidades socioeconômicas e diversos aspectos dos itinerários percorridos foram associados a um maior intervalo de tempo entre a primeira consulta e início do tratamento do câncer de mama.