Rev. saúde pública (Online); 53 (), 2019
Publication year: 2019
ABSTRACT OBJECTIVE:
Investigate whether the use of psychoactive drugs would be a predictor of incidence of functional disability among seniors living in community. METHODS:
It is a population-based longitudinal study, developed between January 1, 1997 and December 31, 2011, with older adults living in community. The association between the use of psychoactive drugs and the development of functional disability for instrumental (IADLs) and basic (BADLs) activities of daily living was tested using the extended Cox proportional hazards model, which considers the measure of exposure of interest throughout the follow-up period. The analyses were stratified by sex and adjusted by sociodemographic characteristics, health behavior and health conditions. RESULTS:
After multivariate adjustment, the use of two or more psychoactive drugs in the female stratum was associated with disability for both IADLs (HR = 1.58; 95%CI 1.17-2.13) and BADLs (HR = 1.43; 95%CI 1.05-1.94), the use of benzodiazepines was associated with disability for IADLs (HR = 1.32; 95%CI 1.07-1.62), and the use of antidepressants was associated with disability for both IADLs (HR = 1.51; 95%CI 1.16-1.98) and BADLs (HR = 1.44; 95%CI 1.10-1.90). In the male stratum, the use of antipsychotics was associated with disability for IADLs (HR = 3.14; 95%CI 1.49-6.59). CONCLUSIONS:
The study showed a prospective association between the use of psychoactive drugs and functional disability. These results indicate the need to carefully assess the prescription of psychoactive drugs for older adults and monitor their usage in order to detect damages to the health of users.
RESUMO OBJETIVO:
Investigar se o uso de psicofármacos seria um preditor da incidência de incapacidade funcional entre idosos residentes em comunidade. MÉTODOS:
Trata-se de um estudo longitudinal de base populacional, desenvolvido entre primeiro de janeiro de 1997 e 31 de dezembro de 2011, junto a idosos residentes em comunidade. A associação entre o uso de psicofármacos e o desenvolvimento de incapacidade funcional para atividades instrumentais (AIVD) e básicas (ABVD) de vida diária foi testada por meio do modelo de riscos proporcionais de Cox estendido, que considera a medida da exposição de interesse ao longo de todo o tempo de seguimento. As análises foram estratificadas por sexo e ajustadas por características sociodemográficas, comportamento em saúde e condições de saúde. RESULTADOS:
Após ajuste multivariado, no estrato feminino o uso de dois ou mais psicofármacos foi associado à incapacidade tanto para AIVD (HR = 1,58; IC95% 1,17-2,13) quanto para ABVD (HR = 1,43; IC95% 1,05-1,94), o uso de benzodiazepínicos se manteve associado à incapacidade para AIVD (HR = 1,32; IC95% 1,07-1,62) e o uso de antidepressivos se manteve associado à incapacidade, tanto para AIVD (HR = 1,51; IC95% 1,16-1,98) quanto para ABVD (HR = 1,44; IC95% 1,10-1,90). No estrato masculino, o uso de antipsicóticos foi associado à incapacidade para AIVD (HR = 3,14; IC95% 1,49-6,59). CONCLUSÕES:
O estudo evidenciou uma associação prospectiva entre o uso de psicofármacos e a incapacidade funcional. Esses resultados indicam a necessidade de avaliar cuidadosamente a prescrição de psicofármacos para idosos e monitorar o seu uso, buscando detectar prejuízos à saúde dos seus usuários.