Carcinomatose peritoneal em câncer gástrico: diagnóstico, manejo e conduta
Peritoneal carcinomatosis in gastric cancer: diagnosis, management and conduct

Acta méd. (Porto Alegre); 39 (2), 2018
Publication year: 2018

Introdução:

O câncer gástrico (CG) é a segunda principal causa de morte relacionada a câncer no mundo. A incidência global e os tipos histológicos estão mudando. A incidência dos tumores da transição esofagogástrica e o adenocarcinoma da cárdia estão aumentando, embora tenha havido uma redução da incidência de CG distal desde a década de 1970. Grande parte dos pacientes apresenta-se com doença localmente avançada ou metastática. A carcinomatose peritoneal (CP) de origem gástrica tem um prognóstico desfavorável e uma sobrevida curta devido à ausência de modalidades terapêuticas efetivas.

Métodos:

Foi realizada uma revisão da literatura nas bases de busca PubMed, Scielo e Embase, sendo selecionados os artigos mais relevantes a fim de organizar uma revisão concisa e atualizada do assunto.

Resultados:

O prognóstico do CG depende de estágio e localização. A disseminação metastática pode ser hematogênica ou por disseminação para a cavidade peritoneal. Estudos recentes mostram que a disseminação peritoneal é mais frequente do que metástases hematogênicas. Apesar de ser a causa de 60% das mortes no câncer gástrico, a metástase peritoneal pode ser considerada uma doença local, e uma abordagem multimodal pode melhorar o prognóstico, mesmo se tratando de uma doença avançada. Na falta de tratamento curativo, a quimioterapia sistêmica pode ser considerada uma opção, ainda que seja de valor limitado para pacientes com CG e CP. Atualmente, a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) está sendo muito estudada e debatida no tratamento das doenças da superfície peritoneal.

Conclusão:

Dado o mau prognóstico, o custo-benefício dos regimes quimioterápicos atuais permanece questionável. Pesquisas adicionais devem ser realizadas para otimizar terapia.

Introduction:

Gastric cancer (GC) is the second leading cause of cancer-related death in the world. The overall incidence and histological subtypes is changing. The incidence of esophagogastric transitional tumor and cardia adenocarcinoma is increasing, although there has been a reduction in the incidence of distal GC since the 1970s. Majority of patients present with locally advanced or metastatic disease. Peritoneal carcinomatosis (PC) of gastric origin has an unfavorable prognosis and short survival due to the lack of effective therapeutic modalities.

Methods:

A review of the literature was carried out in PubMed, Scielo and Embase, and the most relevant articles were selected in order to organize a concise and updated review of the subject.

Results:

The prognosis of GC depends on stage and location. Metastatic dissemination may be hematogenic or disseminated into the peritoneal cavity. Recent studies show that peritoneal dissemination is more frequent than hematogenous metastases. Although it is the cause of 60% of deaths in gastric cancer, peritoneal metastasis can be considered a local disease, and a multimodal approach may improve the prognosis, even if it is a terminal disease. In the absence of curative treatment, systemic chemotherapy may be considered an option, although it is of limited value for patients with GC and PC. Currently, hyperthermic intraperitoneal chemotherapy (HIPEC) is the most widely accepted treatment for peritoneal diseases.

Conclusion:

Given the poor prognosis, the cost-effectiveness of current chemotherapy regimens remains questionable. Additional research should be done to optimize therapy.

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