Doença trofoblástica gestacional: diagnóstico e tratamento
Gestational trophoblastic disease: diagnosis and treatment

Acta méd. (Porto Alegre); 39 (2), 2018
Publication year: 2018

Objetivos:

A doença trofoblástica gestacional (DTG) é um conjunto de doenças heterogêneas do trofoblasto com potencial de se transformar em doença maligna e, por isso, é um importante diagnóstico diferencial nos casos de sangramento na primeira metade da gestação. Essa revisão tem como objetivo fazer uma abordagem atual sobre o tema e esclarecer sobre os principais aspectos da DTG com vistas à aplicabilidade clínica.

Métodos:

Foi realizada uma revisão da literatura utilizando a base de dados do PubMed dos últimos 20 anos.

Resultados:

A mola hidatiforme (MH) decorre de uma aberração na fertilização e pode ser do tipo completa, quando apenas existe material genético paterno, ou incompleta, quando origina um embrião triploide com material genético materno, paterno e fetal. Essa diferenciação é importante na medida em que orienta o tratamento. A investigação inicial inclui exame físico e história clínica. Ultrassonografia (USG) transvaginal e gonadotrofina coriônica humana (β-hCG) devem ser solicitados para todos os casos. Na suspeita de metástases à distância, exames de imagem devem ser solicitados. O tratamento de DTG é feito com vácuo-aspiração e análise histológica. No caso de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), a complementação do tratamento requer mono ou poliquimioterapia e o seguimento é realizado com dosagens quantitativas seriadas de β-hCG.

Conclusões:

Essa revisão reúne os principais aspectos da DTG, seus achados clínicos, diagnóstico, manejo e seguimento. Algumas questões sobre o tema ainda são controversas e necessitam de mais estudos consistentes.

Objectives:

Gestational trophoblastic disease (DTG) is a group of heterogeneous diseases from the trophoblastic tissue with the potential to become malignant. This should be suspected as a potential diagnosis in the first trimester bleeding. The clinical aspects and the current approach of this condition are the purpose of this review.

Methods:

A literature review of the last 20 years was performed in the PubMed databases.

Results:

Hydatiform mole (HM) came from an aberration in fertilization and it is named complete when there is only paternal genetic material and incomplete when a triploid embryo is originated and it contains maternal, paternal and fetal genetic material. This is important because it guides the treatment. The initial investigation includes a physical examination and medical history. Transvaginal ultrasound and human chorionic gonadotrophin (β-hCG) should be always requested for all cases. If metastasis is suspected, other imaging exams should be requested. The treatment of DTG is the vacuum aspiration and the histological analysis of the tissue is mandatory. In case of gestational trophoblastic neoplasia (NTG), the complementary treatment includes mono or multi-chemotherapy and the follow-up is performed with serial quantitative β-hCG dosages.

Conclusions:

This review describes the main aspects of the gestational trophoblastic disease, such as its clinical findings, diagnosis, management and follow-up. Some questions related to this disorder are still controversial and require more consistent studies.

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