Acta méd. (Porto Alegre); 39 (2), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
A dor é um dos sintomas mais prevalentes e incapacitantes em pacientes oncológicos. A dor causada pelo câncer comumente é atribuída aos efeitos direto do tumor, ao tratamento da neoplasia maligna ou a outros distúrbios não relacionados a doença ou a seu tratamento. Apesar de ser altamente prevalente, a dor oncológica frequentemente é mal manejada, seja por parte do médico, do paciente, ou por questões sociais. O objetivo deste estudo foi realizar uma breve revisão da literatura sobre dor crônica oncológica, buscando informações relevantes para a prática clínica. Métodos:
Artigos recentes foram avaliados na plataforma PubMed, além de diretrizes e consensos nacionais e internacionais sobre o tema. Resultados:
O tratamento da dor crônica oncológica baseia-se na escada analgésica da Organização Mundial da Saúde, modificada em 2010, a qual tem em seu centro o uso de opioides, além de anti-inflamatórios não esteroidais, medicações adjuvantes, terapias complementares e técnicas invasivas. Essa abordagem leva não apenas à melhora da qualidade de vida, como também ao aumento da sobrevida dos pacientes. A presença de dor deve ser sempre questionada nas consultas e as medicações modificadas quando o tratamento atual não estiver sendo efetivo. O uso de antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes também devem ser considerados, dependendo do tipo de dor apresentada. Conclusão:
Sendo a dor crônica oncológica tanto importante quanto complexa, uma abordagem integral é necessária para que o paciente obtenha melhores resultados de seu tratamento.
Introduction:
Pain is one of the most prevalent and incapacitating symptoms in oncologic patients. The pain caused by cancer is usually attributed to direct effects of the tumor, treatment of the malignant neoplasm or to other disorders not related the disease or its treatment. In spite of being highly prevalent, cancer pain is often handled inappropriately, either by the physician, the patient, or for social issues. The objective of this study was to perform a short literature review regarding chronic cancer pain, searching for information that is relevant for clinical practice. Methods:
Literature review was performed in PubMed database, and national and international guidelines and consensus about the topic were also included. Results:
The treatment of chronic cancer pain is based on the World Health Organization analgesic ladder, modified in 2010, which has in its core the use of opioids, in addition to non-steroidal anti-inflammatories, adjuvant drugs, complementary therapies and invasive techniques. This approach leads not only to a better quality of life, but also to an increase
in patient survival. The presence of pain should always be questioned in consultations and medications modified when the current treatment is not effective. The employment of tricyclic antidepressants and anticonvulsants should also be considered, depending on the presented kind of pain. Conclusion:
Being chronic cancer pain both important and complex, an integrative approach is necessary so that the patient can reach better treatment results.