Acta méd. (Porto Alegre); 39 (2), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
O câncer de colo de útero é a neoplasia mais comum durante a gestação. A frequência da doença precursora e do câncer do colo estimada em gestantes é de 0,22% e 0,01%, respectivamente. O manejo dessas lesões ainda não está bem estabelecido em virtude da dificuldade de realização de estudos nessa população. Métodos:
Revisão de publicações dos últimos 7 anos foi realizada, pelas palavras-chave citadas no banco de dados Pubmed, base de dados do Ministério da Saúde do Brasil, diretrizes brasileiras para rastreio de câncer de colo de útero do INCA e livro “Ginecologia básica e avançada” do Serviço de Ginecologia do Hospital São Lucas da PUCRS. Resultados:
De acordo com as evidências analisadas sobre lesões precursoras e câncer de colo de útero invasivo em gestantes observou-se que o diagnóstico, através do exame citopatológico e a colposcopia, é semelhante ao das não grávidas. Em contrapartida o manejo e o tratamento diferem das não gestantes devido ao envolvimento de fatores maternos como religiosidade, crenças e idade gestacional. Conclusão:
Alterações na citologia cervical de gestantes devem ser avaliadas individualmente. A grande maioria das lesões sofre regressão no período pós-parto, mas o acompanhamento individualizado das gestantes com diagnóstico de câncer é imprescindível, levando em consideração características pessoais, éticas e religiosas de cada paciente.
Introduction:
Cervical cancer is the most common neoplasm during pregnancy. The prevalence of precursor disease and cervical cancer in pregnant women is 0.22% and 0.01%, respectively. The management of these lesions is still not well established due to the difficulty of conducting studies in this population. Methods:
Literature from the last 7 years was reviewed, using Pubmed database, database of the Brazilian Ministry of Health, Guidelines Brazilian women for cervical cancer screening at INCA and “Ginecologia Básica e Avançada” – book of the Gynecology Departament of the Hospital São Lucas da PUCRS. Results:
According to evidence analyzed on precursor lesions and invasive cervical cancer in pregnant women, it was observed that the diagnosis, through cytopathological examination and colposcopy, is similar to that of non-pregnant women. On the other hand, the management and treatment differ from non-pregnant due to the involvement of maternal factors such as religiosity, beliefs and gestational age. Conclusion:
Abnormalities in the cervical cytology during pregnancy should be evaluated individually. The vast majority of lesions regress in the postpartum period, but the individualized follow-up of pregnant women diagnosed with cancer is essential, taking into account the personal, ethical and religious characteristics of each patient.