Acta méd. (Porto Alegre); 39 (2), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
A Medicina Integrativa é um campo de estudo relativamente novo, muito procurado por pacientes oncológicos, que busca trazer abordagens alternativas, de maneira segura e baseada em evidências, aos tratamentos oncológicos convencionais. Desta forma, objetivamos com este estudo construir um panorama do que se sabe de mais recente sobre práticas complementares e seus resultados no manejo dos pacientes em tratamento de câncer. Métodos:
Através da plataforma Omnis, selecionamos nove artigos de acordo com os critérios: abordagem ao assunto proposto, disponibilidade online do artigo e não especificidade quanto ao tipo de câncer, excluindo um total de 42 artigos. Para a descrição dos resultados, separamos as terapias complementares abordadas nos estudos e analisamos os desfechos encontrados. Resultados:
Entre as terapias de mind-body, ressaltamos uma melhora significativa do estresse, depressão e ansiedade, fadiga e qualidade de vida. A massagem oncológica, individualizada para cada paciente, mostrou melhora principalmente para dor e fadiga, e bem-estar geral. Sobre os fitoterápicos e suplementos, existem poucos estudos com boas evidências; porém, há relato de diminuição da dor, náusea e vômitos, principalmente após uso de cannabidiol. Podemos ressaltar também a importância da dieta e exercício físico na melhora da microbiota intestinal, intimamente relacionada ao sistema imune, e alívio de fadiga, problemas no sono, ansiedade e bem-estar geral. Por último, citamos a prática integrativa mais estudada, a acupuntura, e a melhora da dor relatada por 74% dos pacientes de um estudo após apenas uma sessão. Conclusão:
Apesar dos resultados positivos encontrados, muitas são as limitações citadas nos estudos, como a falta de padronização e amostras pequenas. Isso reflete na prática médica como a comunicação ineficaz entre médicos e pacientes ou orientações defasadas. Por fim, são necessários novos estudos controlados randomizados para estabelecer resultados mais consistentes.
Introduction:
Integrative medicine is a relatively new field of study trying to bring alternative, safe and evidence-based approaches to conventional oncology treatments. Thus, we aim with this study to build a panorama of what is known of the most recent on complementary practices and their results in the management of patients in cancer treatment. Methods:
Through the Omnis platform, we selected nine articles according to the criteria of approach to the proposed subject, online availability of the article and inespecificity regarding the type of cancer, excluding a total of 42 articles. For the description of the results, we separated all complementary therapies included in the studies and analyzed the outcomes. Results:
Among the mind-body therapies, we emphasize a significant improvement of stress, emotional disturbances (depression and anxiety), fatigue and quality of life. Oncological massage, individualized for each patient, showed improvement mainly for pain and fatigue, as well as improvement of general well-being. On herbs and supplements, there are few studies with good evidence; however, there is a decrease in pain, nausea and vomiting, especially after the use of cannabidiol. We also emphasized the importance of diet and physical exercise in improving the intestinal microbiota, closely related to the immune system, and to relieving fatigue, sleep problems, anxiety and general well-being. Finally, we cited the most studied integrative medicine practice, acupuncture, and the improvement of pain reported by 74% of the patients, in a trial, after only one session. Conclusion:
Despite the positive results found, there are many limitations cited in each study, such as lack of standardization and small samples. This reflects in medical practice as an ineffective communication between doctors and patients or outdated guidance. Finally, further randomized controlled trials are needed to establish results that are more consistent.