Propriedades físico-químicas e nutricionais de dietas enterais artesanais produzidas a partir de vegetais de baixa carga glicêmica
Physico-chemical and nutritional properties of handmade enteral diets produced from vegetables of low glycemic load

Mundo Saúde (Online); 40 (4), 2016
Publication year: 2016

O propósito desse estudo foi elaborar dietas enterais artesanais, para uso por pacientes em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar estabilizados e com expectativa de uso prolongado ou permanente da via enteral, a partir de uma formulação contendo fontes vegetais de baixa carga glicêmica e teores significativos de fibra alimentar. O presente trabalho objetivou avaliar as propriedades físico-químicas e nutricionais das dietas enterais artesanais produzidas a partir de vegetais de baixa carga glicêmica, oferecendo alternativas de baixo custo para a nutrição e controle da glicemia e metabolismo glicídico para indivíduos em uso domiciliar de dietas enterais. Foram estabelecidas 18 combinações classificadas em 3 grupos, utilizando diferentes vegetais, acrescidos de maltodextrina, albumina, óleo de soja e amido de milho até que a fórmula obtivesse a proporção de 1 kcal/mL. Verificou-se a fluidez e estabilidade das dietas, além da realização de análise bromatológica de macro e micronutrientes. Todas as dietas formuladas foram caracterizadas como normocalóricas, normoprotéicas e normolipídicas. O teor médio de fibra alimentar dos 3 grupos de dietas foi de 1,83 g/100 mL, sendo 0,87 g (47%) de fibra solúvel, atingindo valores próximos às recomendações diárias. Em relação aos micronutrientes, as dietas prescritas para um dia atingiram 71% das necessidades recomendadas de ferro, 116% das de cobre, 48% das de zinco, 32% das de cálcio, 110% das de fósforo, 46% das de potássio, 50% das de magnésio, 90% das de manganês, 25% das de selênio e 39% das de sódio. A partir dos dados analisados neste trabalho, é possível concluir que as dietas formuladas possuem um perfil de macronutrientes que atendem as necessidades de um indivíduo adulto. No tocante aos minerais, essa adequação é parcial e ajustes são necessários. As características de cor, fluidez e estabilidade fazem dessas dietas uma opção importante para uso domiciliar, podendo contribuir para a diminuição de custos e aumento da aceitação desse tipo de alimentação.
The purpose of this study was to elaborate handmade enteral diets for use by patients in stabilized enteral home therapy and with an expectation of extend or permanent use of the enteral route from a formulation containing vegetal sources of low glycemic load and significant levels of dietary fiber. The aim of this study was to evaluate the physicochemical and nutritional properties of handmade enteral diets produced from vegetables with low glycemic load, offering low-cost alternatives for nutrition and control of glycemic metabolism for people using enteral diets. Eighteen food combinations were established in 3 groups, using different vegetables associated with maltodextrin, albumin, soybean oil and cornstarch until the formula obtained the ratio of 1 kcal / mL. The fluidity and stability of the diets were verified, as well as the macromicronutrient and bromatological markers. All diets formulated were characterized as normocaloric, normoprotein and normolipidic. The average dietary fiber content of the three groups of diets was 1.83 g / 100 mL, being 0.87 g (47%) of soluble fiber, reaching values close to daily recommendations. In the case of micronutrients, caloric values prescribed for one day reached 71% of recommended iron requirements, 116% of copper, 48% of zinc, 32% of calcium, 110% of phosphorus, 46% of potassium, 50% of magnesium, 90% of manganese, 25% of selenium and 39% of sodium. From the data analyzed in this study, it is possible to conclude that the formulated diets have a macronutrient profile that meets the needs of an normal adult. Regarding minerals, this availability is partial and adjustments are required. The characteristics of color, fluidity and stability make these diets an important option for home use, which may contribute to lower costs and increase the acceptance of this type of food therapy.

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