Reconstrução de dorso do pé com retalho supramaleolar lateral de fluxo reverso em menor de 4 anos de idade
Reconstruction of the dorsal foot with a retrograde flow lateral supramalleolar flap in a 4-year-old child

Rev. bras. cir. plást; 30 (2), 2015
Publication year: 2015

INTRODUÇÃO:

Lesões em terço distal da perna podem deixar expostas áreas nobres, que devem ser recobertas. O retalho supramaleolar lateral faz parte de uma série de retalhos descritos na última década, é fasciocutâneo elevado no aspecto lateral da perna inferior, sendo empregado como um retalho pediculado com base distal. O objetivo do presente relato de caso é apresentar os resultados cirúrgicos e a eficácia do retalho supramaleolar lateral em lesões extensas no membro inferior com perdas de substâncias significativas em criança de 4 anos.

RELATO DE CASO:

Paciente A.K.E.S., sexo feminino, foi internada há 13 anos, vítima de atropelamento, com lesão extensa em dorso de pé esquerdo com exposição de áreas nobres de aproximadamente seis centímetros de diâmetro. Após desbridamento, no quinto dia foi realizada cobertura da lesão com retalho fasciocutâneo supramaleolar lateral. A paciente teve alta para acompanhamento ambulatorial, evoluindo sem intercorrência. Ela retornou ao serviço apenas 13 anos após com sobrepeso e reclamando do aumento de volume no dorso do pé. Foi realizada lipectomia do terço distal do retalho, evoluindo sem intercorrência. Um segundo procedimento do terço proximal foi programado para seis meses após.

DISCUSSÃO:

Lesões no terço distal da perna podem expor áreas nobres. Os retalhos supramaleolar lateral, sural e de perfurantes pediculados possuem aplicações semelhantes, mas apresentam peculiaridades técnicas individuais.

Como vantagens no retalho supramaleolar lateral:

não há necessidade de microanastomoses, é rápido para ser executado e simula a área receptora em várias características locais.

CONCLUSÃO:

É um retalho de maior facilidade de execução e reprodutível, podendo ser realizado em crianças menores de 5 anos. Tem sua aplicação como alternativa para lesões em terços inferiores da perna, tornozelo e pé.

INTRODUCTION:

Injuries in the distal third of the leg may expose noble areas that should be covered. The lateral supramalleolar flap is one of a series of flaps described in the last decade; it is an elevated fasciocutaneous flap in the lateral aspect of the lower leg, and is employed as a distally based pedicled flap. The purpose of this case report is to present the surgical results and the effectiveness of the lateral supramalleolar flap in extensive lower limb injuries with significant loss of substance in a 4-year-old child.

CASE REPORT:

Patient A. K. E. S., a girl, was admitted 13 years previously. She had been in an accident, and had extensive injuries on the dorsum of the left foot, with exposure of noble areas approximately 6 cm in diameter. After debridement, lesion coverage was performed on the fifth day by using a fasciocutaneous lateral supramalleolar flap. The patient was discharged for outpatient monitoring and progressed without complication. She only returned to the hospital 13 years later, overweight and complaining of swelling on the dorsal aspect of the foot. Lipectomy of the distal third of the flap was performed, with uncomplicated progress. A second procedure for the proximal third was scheduled six months later.

DISCUSSION:

Injuries in the distal third of the leg may expose noble areas. Lateral supramalleolar, sural, and pedicled perforating flaps have similar applications, but show individual technical peculiarities. The lateral supramalleolar flap has no need for microsurgery, is rapidly performed, and simulates the receiving area while considering several local characteristics.

CONCLUSION:

This flap is easily implemented and reproducible, and can be used in children younger than 5 years of age. It is an alternative for injuries in the lower third of the leg, the ankle, and the foot.

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