Arq. odontol; 49 (3), 2013
Publication year: 2013
Objetivo:
Avaliar a prevalência de hábitos parafuncionais em crianças e verificar se o aleitamento materno, o uso de mamadeira, a renda e a escolaridade materna estão associados a estes hábitos. Materiais e Métodos:
Um estudo transversal foi realizado com 592 crianças de 36 a 71 meses de idade e suas mães. Os dados foram coletados por meio de entrevista com as mães durante as campanhas de vacinação infantil realizadas na cidade de Diamantina, Minas Gerais, em 2010. A variável dependente (presença de hábitos parafuncionais) foi obtida por meio de relato das mães, considerando-se os hábitos (sucção, morder objetos e outros) presentes no momento do estudo. Por esta entrevista foram obtidas também as informações sobre as variáveis independentes (sexo, idade da criança, problema de saúde, aleitamento materno, uso de mamadeira, renda mensal e escolaridade materna). A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa SPSS for Windows e envolveu análise descritiva, teste qui-quadrado (p<0,05) e regressão de Poisson com variância robusta. Resultados:
A prevalência de hábitos parafuncionais foi de 42,2% (n=250), sendo a sucção o tipo de hábito mais frequente (17,6%). Os hábitos parafuncionais foram mais frequentes entre as crianças que não foram amamentadas no peito (p=0,004) e que usaram mamadeira (p<0,001). Associação estatisticamente significativa também foi observada entre estes hábitos e escolaridade materna (p=0,006) e número de filhos (p=0,009). A análise multivariada mostrou que as crianças que usaram mamadeira (RP: 1,40; IC95%: 0,5-0,8), aquelas que não foram amamentadas no peito (RP: 1,41; IC95%: 1,1-1,8) e cujas mães tinham escolaridade superior a oito anos (RP: 1,32; IC95%: 1,0-1,6) apresentaram maior prevalência de hábitos parafuncionais. Conclusão:
A prevalência de hábitos parafuncionais foi alta e associou-se à ausência de aleitamento materno, ao uso de mamadeira e ao maior nível de escolaridade das mães.(AU)
Aim:
The present study aimed to determine the prevalence of parafunctional habits in children and evaluate possible associations with breastfeeding, bottle feeding, income, and mother's educational level. Materials and Methods:
A cross-sectional study was carried out involving 592 children from 36 to 71 months of age of age and their mothers. Data were collected through interviews with mothers during child vaccination campaigns in 2010 in the city of Diamantina, Brazil. The dependent variable (parafunctional habits) was determined through mothers' reports considering nonnutritive sucking, biting on objects, and other habits at the time of the interview. The independent variables included gender, child's age, health problems, breastfeeding, bottle feeding, monthly income, and mother's educational level. Statistical analysis was carried out using the SPSS program for Windows and involved descriptive statistics, the chi-square test (p < 0.05), and Poisson regression with robust variance. Results:
The prevalence of parafunctional habits was 42.2% (n = 250), the most frequent of which were nonnutritive sucking habits (17.6%). Parafunctional habits were more frequent among children who had not been breastfed (p = 0.004) and those who had been bottle fed (p < 0.001). Parafunctional habits were significantly associated with the mother's educational level (p = 0.006) and the number of children in the family (p = 0.009). The multivariate analysis revealed a greater prevalence rate of parafunctional habits among children who had been bottle fed (PR: 1.40; 95% CI: 0.5-0.8), those who had not been breastfed (PR: 1.41; 95% CI: 1.1-1.8), and those whose mothers had more than eight years of schooling (PR: 1.32; 95% CI: 1.0-1.6). Conclusion:
The prevalence of parafunctional habits was high in the present study and was associated with a lack of breastfeeding, the use of bottle feeding, and a higher educational level among the mothers.(AU)