Análise de indicadores de saúde e sua apropriação para mudança nas práticas dos profissionais da Atenção Básica

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto de Saúde to obtain the academic title of Mestre. Leader: Venancio, Sonia Isoyama

Introdução:

O fortalecimento da Atenção Básica (AB) tem exigido constantes esforços no sentido de dirigir ações, iniciativas e projetos ao aperfeiçoamento de sua qualidade. No município de Itapevi, apesar da considerável expansão dos serviços de AB, estratégias são necessárias visando à sua qualificação. A avaliação por meio de indicadores de saúde tem sido apontada como um recurso indispensável na identificação dos horizontes a serem conquistados. Objetivos; Analisar os indicadores de AB do município de Itapevi, promover reflexão dos profissionais sobre a utilização dos mesmos para qualificar a AB e construir uma cartilha visando ampliar a utilização dos indicadores.

Metodologia:

Estudo com abordagem quanti e qualitativa. Os seguintes indicadores foram avaliados em uma série histórica entre 2001 a 2016, utilizando informações disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo: taxa de mortalidade infantil, percentual de nascidos vivos com baixo peso, taxa de incidência de sífilis congênita, percentual de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal, coeficiente de mortalidade por neoplasia de colo de útero, razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos, razão de mamografia em mulheres de 50 a 69 anos, taxa de mortalidade por doenças isquêmicas do coração (DIC) na população de 30 a 59 anos, percentual de óbitos por DIC na população de 30 a 59 anos, taxa de mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) na população de 30 a 59 anos, percentual de óbitos por AVC na população de 30 a 59 anos, proporção de internações por condições sensíveis a AB (ICSAB), percentual da população coberta por saúde suplementar, média de consultas por habitante/ano nas especialidades básicas. Foram realizadas três oficinas de trabalho para promover a reflexão dos profissionais de saúde sobre o impacto das práticas de saúde na AB sobre os indicadores e subsidiar a elaboração da cartilha. As oficinas foram gravadas e transcritas para análise sobre os principais obstáculos à utilização dos indicadores, utilizando a análise temática de Bardin.

Resultados:

Houve melhora no indicador da taxa de mortalidade infantil, taxa de mortalidade e percentual de óbitos por DIC, mortalidade e percentual de óbitos por AVC, percentual de ICSAB, razão de mamografia de rastreamento e percentual de população coberta por saúde suplementar . Estabilização nos indicadores de percentual de baixo peso ao nascer, percentual de NV de mães com sete ou mais consultas de pré-natal. Houve piora nos indicadores de taxa de incidência de sífilis congênita, coeficiente de mortalidade por neoplasia do colo do útero, razão de exames citopatológicos do colo uterino e média de consultas por habitante/ano nas especialidades básicas. As discussões nas oficinas identificaram como principais obstáculos para a utilização de indicadores a falta de conhecimento, problemas relacionados aos processos de trabalho e organizacionais para esse fim; houve sugestões para que a discussão e utilização da cartilha fossem inseridas nas reuniões de equipe.

Conclusão:

O estudo possibilitou a construção coletiva de uma cartilha de indicadores que poderá ser utilizada pelos profissionais e gestores com vistas à reflexão sobre os avanços e desafios para a qualificação da AB.

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