Estudou-se um grupo de oito gestantes adolescentes solteiras, com idade entre 15 e 18 anos, que compareceram ao Serviço de Pré-Natal de uma instituição, localizada no Município de São Paulo, entre janeiro e junho de 1984. O objetivo do trabalho foi o de conhecer as representações dessas gestantes sobre aspectos de sua problemática psicossocial. Para ter uma compreensão maior do universo psicossocial da gestante adolescente solteira que venha a subsidiar a melhoria da qualidade da assistência da enfermagem obstétrica, utilizou-se o método qualitativo. Os resultados obtidos evidenciaram que o início da atividade sexual e a gestação em adolescentes podem concorrer para um desajuste psicossocial, manifestado no discurso dessas gestantes pela ambivalência e/ou contradições no que diz respeito a sexo e sexualidade, maternidade e valores sociais. A análise, resultante da interpretação do discurso dessas gestantes, permitiu concluir que os seus problemas dizem respeito, principalmente, às condições em que se dá a socialização e construção da identidade social/sexual da mulher e à sua inserção em uma estrutura social que, embora afirme a destinação da mulher à maternidade, estigmatiza, marginaliza e oprime a mãe solteira.