Este estudo objetivou compor o perfil relativo a dor e seu manejo e verificar a influencia de fatores pessoais, culturais, afetivos e terapeuticos na ocorrencia e controle do sintoma algico. Foi avaliado 92 doentes com doenca oncologica avancada, atendidos no servico de radioterapia de um hospital geral publico. Foram divididos em 2 grupos, segundo a ocorrencia ou nao de dor na semana anterior a entrevista. Havia dor em 62 dos avaliados e a duracao media do quadro algico foi 10 meses. A dor foi moderada na maioria dos doentes e intensa em cerca de 1/5 dos casos. O indice de manejo da dor foi negativo em 49,1% dos doentes, isto e, em cerca da metade dos casos foram empregados analgesicos com potencia inferior a intensidade da dor. Constatou-se que os doentes que fizeram uso dos analgesicos de modo regular, experimentaram dor de menor intensidade do que aqueles que so os utilizaram quando a dor se acentuava. O estado depressivo tambem relacionou-se com a ocorrencia e controle da dor. Os individuos do grupo com dor apresentaram escores de depressao significativamente mais altos que os do grupo sem dor. O estudo mostrou a multiplicidade de fatores envolvidos no controle da dor oncologica. Encontrou-se irregularidade na utilizacao dos farmacos, as crencas erroneas relativas a dor oncologica e analgesica e a existencia de estado depressivo, associaram-se a dores mais intensas.