Ouvir vozes e relações sociais: como as pessoas que ouvem vozes compreendem estas experiências?
Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Grupo Hospitalar Conceição - GHC to obtain the academic title of Especialista. Leader: Rodrigues, Elisandro
O presente texto/artigo é fruto do processo de formação e do trabalho de conclusão da Residência Multiprofissional em Saúde Mental e tem como temática de pesquisa os “ouvidores de vozes”. O objetivo dessa problematização foi a de construir reflexões acerca da experiência de ouvir vozes a partir do entendimento de quem as ouve. Fundamentado nas obras de Romme, Escher e Backer, sendo referências internacionais no assunto, além de autores brasileiros como Muños, Kantorski, Barros e Sarpa Júnior. Esses autores compartilham da ideia de que a experiência de ouvir vozes não consiste necessariamente em um sintoma de doença, e que o fato de ouvir vozes não é o principal problema, mas na dificuldade de estabelecer algum tipo de relação ou convivência com elas. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e como procedimentos metodológicos operou-se com grupo focal a que consiste em uma técnica de coleta de dados que discute tópicos sugeridos pelo pesquisador, por meio das interações grupais, o qual foi realizado com usuários que já experienciaram ouvir vozes e que estão em tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial II, do município de Porto Alegre. Os participantes do estudo entendem suas experiências de ouvir vozes de forma singular de acordo com suas culturas e crenças, mas todo o grupo percebe que há influência da forma como lidam com as vozes e suas relações sociais. Assim se aproxima o tema a uma perspectiva do Serviço Social a fim de contribuir com essas relações entre o social e o subjetivo. (AU)