Como a universidade, a cidade e a saúde se relacionam através do planejamento institucional foi investigado tendo como objeto de estudo, o Plano Diretor de Infraestrutura (PDInfra) do Campus São Paulo (CSP) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Problema:

Como planejar as atividades e infraestrutura da universidade almejando a sustentabilidade? Objetivo: Realizar uma análise interdisciplinar e crítica de quais propostas do planejamento do CSP da Unifesp contribuem efetivamente para o desenvolvimento sustentável, nos aspectos institucionais, urbanísticos e de saúde ambiental, contextualizada com a implantação física no Município de São Paulo. Como objetivos específicos, busca-se identificar os instrumentos de planejamento de universidades adequadas à sustentabilidade e que permitam integração da universidade com a cidade e identificar, por meio do diagnóstico de gerenciamento de resíduos sólidos, componentes do metabolismo urbano que podem contribuir para melhorias no fluxo de materiais e outros processos.

Métodos:

Analisar o escopo dos planos e instrumentos destes que permitam visualizar possibilidades de integração com a cidade e caracterizar as propostas. Analisar o metabolismo urbano da universidade por meio dos dados do diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos. Analisar o PDInfra do ponto de vista dos "pontos de alavancagem".

Resultados:

Panorama dos instrumentos de planejamento das universidades federais selecionadas, permitindo comparação entre metodologias e procedimentos que as universidades adotam no planejamento institucional. Caracterização das propostas e valores desenvolvidos nos planos institucionais que considerem interfaces com a cidade. Com os dados do estudo de caso, formula-se balanço de entradas e saídas, diagrama de fluxo, mapas e indicadores. Também são identificados pontos de intervenção no sistema mais efetivos que o plano diretor pode aplicar esforços.

Conclusões:

O PDInfra ao incorporar o diagnóstico de gerenciamento de resíduos sólidos no planejamento aliado a um processo participativo, procedimento inédito entre os planos levantados, introduz a promoção da saúde por fatores não médicos às propostas institucionais, contemplando as dimensões ambientais e comportamentais dos determinantes sociais da saúde. O plano diretor é o tipo utilizado para planejamento institucional com maior potencial de direcionar ações, procedimentos e projetos arquitetônicos e urbanísticos voltados à sustentabilidade, embora ainda seja pouco utilizado pelas universidades federais e possa incluir novos instrumentos como as análises de metabolismo urbano, dependendo das especificidades da instituição.