Associação da fragilidade à qualidade de vida de idosos usuários da atenção básica de saúde
Publication year: 2013
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná to obtain the academic title of Mestre. Leader: Lenardt, Maria Helena
Trata-se de estudo do tipo quantitativo transversal, cujo objetivo foi identificar o efeito da fragilidade na qualidade de vida de idosos usuários da atenção básica de saúde da capital paranaense. A amostra foi determinada com base na estimativa da proporção populacional e resultou em 203 participantes. Foram convidados a participar da pesquisa os idosos com idade ? 60 anos, usuários de uma Unidade Básica de Saúde, que aguardavam consulta no período de janeiro a abril de 2013.
A coleta de dados acorreu na Unidade Básica de Saúde e os idosos foram submetidos aos seguintes questionários e testes:
(1) realização de testes (velocidade da marcha e força de preensão manual); (2) antropometria; e (3) aplicação de questionários (sóciodemográfico e clínico, nível de atividade física para idosos, fadiga/exaustão, qualidade de vida). Os dados foram codificados e organizados no programa computacional Excel 2007 e as análises estatísticas realizadas no programa EpiInfo versão 6.04 e Statistica v.8.0. Foi efetuada estatística descritiva, por meio da distribuição de frequência absoluta e percentual, média e desvio padrão e testes estatísticos de associação entre variáveis (Kruskal-Wallis e qui-quadrado). Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Para os testes de comparações dos grupos o nível de significância foi corrigido por Bonferroni. Nestas, o nível de significância foi de p<0,017. Os resultados mostraram que dos 203 idosos participantes do estudo, 115 (56,7%) são pré-frágeis, 49 (24,1%) não frágeis e 39 (19,2%) frágeis. As variáveis idade (p<0,001), escolaridade (p=0,035), uso de anti-hipertensivo/diurético (p=0,013) e média de medicamentos (p=0,005) se apresentaram significativas para o grupo de idosos frágeis. As variáveis sexo (p<0,001), problemas de saúde (p<0,001), doença osteomuscular (p=0,004), solidão (p=0,001), quedas (p=0,003), incontinência urinária (p=0,001), número de doenças (p=0,005) e uso de antidepressivo/ansiolítico (p<0,001) se mostraram significativas para os não frágeis. Quanto ao autorrelato de qualidade de vida, os idosos frágeis obtiveram menor média em todas as dimensões: capacidade funcional 61,1; limitação por aspectos físicos 71,1; dor 60,4; estado geral da saúde 71,4; vitalidade 75; aspectos sociais 85,6; aspectos emocionais 81,1 e saúde mental 76,4. A dimensão capacidade funcional (p<0,001) apresentou-se significativa para os três grupos de idosos e as dimensões limitações por aspectos físicos (p=0,001), dor (p=0,002) e vitalidade (p=0,011) para os não frágeis. Infere-se que a síndrome da fragilidade é inversamente proporcional a qualidade de vida, ou seja, quanto maior o nível de fragilidade menor é a qualidade de vida dos idosos. As dimensões físicas da qualidade de vida dos frágeis são as mais prejudicadas enquanto que as dimensões psicossociais foram melhor avaliadas. Ao considerar que a síndrome da fragilidade pode ser potencialmente prevenida ou tratada com modalidades específicas, a enfermagem gerontológica presume que a intervenção precoce em pessoas frágeis irá melhorar a qualidade de vida e reduzir custos do cuidado. Para tanto, é inevitável a implementação de programas multiprofissionais de rastreamento e gestão da fragilidade nas Unidades Básicas de Saúde, local do presente estudo.
This is a quantitative cross-sectional study, which aims to identify the effect of frailty in the quality of life of elderly users of primary health care in the state capital. The sample was based on the estimated proportion of the population and resulted in 203 participants. The people invited to participate in the survey were elderly aged ? 60 years, users of a Basic Health Unit, who were waiting for appointments in the period January-April 2013.
The data collection was taken in a Basic Health Unit and the elderly were subjected to the following tests and questionnaires:
(1) testing (walking speed and grip strength), (2) anthropometry, and (3) the use of questionnaires (socio-demographic and clinical level of physical activity for seniors, fatigue / exhaustion and quality of life). The data was coded and organized in the computer program Excel 2007 and statistical analyzes were performed using EpiInfo version 6.04 and Statistica v.8.0. Descriptive statistics was performed by means of frequency distribution, percentages, median and p standard deviation and also statistical tests of association between variables (Kruskal - Wallis and chi-square). P values < 0.05 were considered statistically significant. For testing group comparisons the level of significance was corrected by Bonferroni. In these tests, the level of significance was p<0.017. The results showed that 203 of the individuals participating in the study, 115 (56.7%) are prefrail, 49 (24.1%) non-frail and 39 (19.2%) frail. The age (p<0.001), education (p=0.035), use of anti-hypertensive/diuretic (p=0.013) and medium number of medications (p=0.005) do present significant for the group of frail elderly. The varying gender (p<0.001), health problems (p<0.001), musculoskeletal disease (p=0.004), loneliness (p=0.001), falls (p=0.003), urinary incontinence (p=0.001), number of diseases (p=0.005) and the use of antidepressant/anxiolytic (p<0.001) were significant for the group of non-frail. As for the self-reported quality of life, the frail elderly had lower average in all dimensions: physical function 61.1; limitations due to physical aspects 71.1; pain 60.4; general health 71.4; vitality 75; social aspects 85.6; emotional aspects 81.1; and mental health 76.4. The dimension physical function (p<0.001) was significant for all three groups of elderly and the dimension on limitations physical aspects (p=0.001), pain (p=0.002) and vitality (p=0.011) for non-frail. It is inferred that the fragility syndrome is inversely proportional to the quality of life, that is, the higher the level of fragility lower the quality of life of the elderly. The physical dimensions of the quality of life from the frail are the most affected while the psychosocial dimensions were better assessed. When considering the frailty syndrome can potentially be prevented or treated with specific procedures, gerontology nursing presumes that early intervention in frail people will improve the quality of life and reduce costs on care. Therefore, it is inevitable to implement multidisciplinary programs tracking and managing the frailty in Basic Health Units, which was the site of this study.
Tratase de un estudio del tipo cuantitativo transversal, cuyo objetivo fue identificar el efecto de la fragilidad en la cualidad de vida de ancianos usuarios de la atención básica de salud de la capital paranaense. La amuestra fue determinada con base en estimativa de proporción poblacional y resultó en 203 participantes. Fueron invitados a participar de la búsqueda a ancianos con edad ? 60 años, usuarios de una Unidad Básica de Salud, que esperaban consulta en el periodo de enero a abril de 2013.