Enfermeiros com doença crônica: as relações com o adoecimento, a prevenção e o processo de trabalho
Publication year: 2007
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná to obtain the academic title of Mestre. Leader: Mantovani, Maria de Fátima
Os enfermeiros atuam na interface do processo de adoecimento da população e das doenças relacionadas ao trabalho, em que se evidenciam as doenças crônicas, as quais interferem no processo laborativo. Neste enfoque, os agravos à saúde do trabalhador enfermeiro são reais e merecem destaque no trabalho hospitalar e no conjunto da saúde. O estudo teve como objetivos, identificar nos enfermeiros as medidas de prevenção de agravos à saúde na presença de doença crônica, analisar a relação entre o conhecimento e suas atitudes frente a elas e verificar a relação dos fatores de risco com o seu processo de trabalho. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, realizada com 23 enfermeiros portadores de doenças crônicas. A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de questionário no período de maio a setembro de 2007. A amostra foi composta por 76,7% dos 30 enfermeiros com diagnóstico de enfermidade crônica de uma Instituição Hospitalar Federal, sendo 22 do sexo feminino. O estudo evidenciou que a média da idade é de 47,3 anos, com 22,7 anos de atuação profissional. As enfermeiras casadas são maioria (60,87%). A religião católica é escolhida por 69,57% dos enfermeiros e 86,96% possui plano de saúde particular. O número de vínculos revelou que a maioria dos pesquisados (69,57%) possui um vínculo empregatício e 7 (30,43%) dois. A carga horária semanal de trabalho foi em média de 37,5 horas. Dos enfermeiros, 75% possuem de 10 a 25 anos de trabalho na instituição atual com o aparecimento das doenças neste período. O estresse (25,60%) foi o fator de risco apontado com maior frequência, seguido pela Hipertensão arterial (21,10%), antecedentes familiares de doenças crônicas (18,90%) e obesidade (14,40%). A maioria deles (82,60%) conhece a doença e suas complicações. Em relação aos vínculos empregatícios observou-se que estes influenciam o número de atividades de lazer (44,44%), seguido por atividade física (30,87%) e viagens (24,69%). Percebeu-se que estas atividades são realizadas em maior número com até 5 anos de tratamento. Citaram como atividades de prevenção a adesão ao tratamento não medicamentoso (57,70%) seguidas pela realização de adesão ao tratamento medicamentoso (28,85%). Nas formas de cuidado com a saúde, investem principalmente na família e atividades sociais (25,00%), atividades religiosas (20,22%), lazer (17,50%) e adequação ao trabalho (15,00%). As modificações propostas pelos enfermeiros estudados para o ambiente de trabalho têm relação com o espaço físico e a adequação do profissional ao local (40,63%), eles consideram também as atividades educativas (15,62%) como um caminho para a diminuição do impacto do ambiente no adoecimento. Verificou-se que os enfermeiros aderem ao tratamento proposto para sua doença, possuem estratégias efetivas para enfrentar o adoecimento com mudança no estilo de vida, e relatam fatores de seu ambiente de trabalho que contribuem para o seu agravamento.
Nurses act in the interface of the process of sickening of the population and the diseases related to work, where the emphasis is on the chronic diseases, which intervene with the working process. In this approach, the worsening of the working nurse health is real and deserves mention in the hospital work and the whole of health.The study focus was to identify, along with the nurses, the prophylactic measures taken in the presence of chronic diseases, to analyze the relation between the knowledge and their attitudes to face them and to verify the relation between the risk factors and the process of work. It is a quantitative, descriptive research, carried with 23 nurses with chronic diseases.The data compilation was made by applying questionnaires from May to September / 2007. The sample was composed by 76,7% of the 30 nurses with diagnosis of chronic disease of a Federal Hospital Institution, being 22 female.The study showed that the average age is 47,3 years, with 22,7 years of professional performance. Married nurses are majority (60.87%). Catholic religion is chosen by 69,57% of the nurses and 86.96% have private health insurance plans.The number of jobs revealed that the majority of the analyzed nurses (69.57%) possess an employment contract and 7 (30.43%) possess two. Weekly working hours was on average, 37,5 hours. Of the nurses, 75% has from 10 to 25 years of work in the current institution with the illnesses appearing in this period. Stress (25.60%) was the risk factor found more frequently, followed by the high arterial blood pressure (21.10%), familiar antecedents of chronic diseases (18.90%) and obesity (14.40%). The majority of them (82.60%) knew the disease and its complications. In relation to the number of jobs it was observed that these influenced the number of leisure activities (44.44%), followed by physical activity (30.87%) and trips (24.69%), they are engaged more at the beginning in 5 years of the treatment. They mentioned, as activities of prevention, the adherence to a treatment without drugs (57.70%) followed by the adhesion to the prescribed drug treatment (28.85%). As to the form of health care, they mainly invest in the family and social activities (25.00%), religious activities (20.22%), leisure (17.50%) and adequacy to the work (15.00%). The proposed changes by the studied nurses for the work environment were related to the physical space and the adequacy of the professional to the place (40.63%), they also considered educational activities (15.62%) as a way to reduce the impact of the environment in the unhealthiness process. It was verified that the nurses who adhered to the treatment proposed for their disease, possessed effective strategies to face it changing their life style, and describe factors of their work environment that contribute to the worsening of their condition.