Prevalência de úlcera por pressão: um estudo epidemiológico da enfermagem

Publication year: 2011
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná to obtain the academic title of Mestre. Leader: Meier, Marineli Joaquim

Úlcera por pressão (UP) é um agravo que gera complicações ao paciente e aos serviços de saúde, tais como algia, impacto emocional, risco de infecção, alto custo de tratamento, aumento da permanência hospitalar e reinternações. Objetivou-se verificar a prevalência e os fatores de risco para presença de UP em um Hospital de Ensino de Curitiba; caracterizar o perfil sócio demográfico dos pacientes acometidos por UP; explorar relação entre variáveis sócio demográficas e clínicas e a ocorrência de UP; avaliar as características clínicas das UP e sua classificação. Trata-se de estudo epidemiológico, observacional, de delineamento transversal, desenvolvido no período de março de 2010 a dezembro de 2011 e coleta de dados em março e abril de 2011; aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná. Os pacientes internados neste período foram avaliados segundo características sócio demográficas, fatores de risco das escalas de Waterlow e Braden Q, presença e ausência de UP. As UP identificadas foram classificadas segundo estadiamento e avaliadas clinicamente. Analisou-se os dados por meio de software Statistica® versão 8.0; considerou-se p < 0,05 para significância estatística. Ajustou-se curva ROC (Receiver Operating Characteristic) para avaliar sensibilidade e especificidade da escala de Waterlow. A prevalência pontual foi de 9,97% (com exclusão de grau I, 9,68%). Dos 311 pacientes avaliados, 31 eram portadores de UP, 17 (54,84%) do sexo feminino, idade variou de seis a 89 anos com média de 50,3 (DP=20,7), sendo os adultos (18-59 anos) os mais acometidos. Cor da pele branca predominante entre os portadores (n=17) e 48,39% eram casados. Média de 28,3 dias (DP= 27,9) de internação. A escala de Waterlow apontou risco alto e altíssimo para maioria dos portadores adultos, com média de 19,3 de escore total (p<0,001), curva ROC determinou ponto de corte de 13,5 nesta população. Apenas uma criança estava em altíssimo risco.

Fatores de risco com significância estatística em adultos foram:

peso/altura, tipo de pele, continência, mobilidade, idade, apetite e medicação.

Outras variáveis com significância estatística em adultos foram:

cor de pele parda; média de 30,5 dias de internação; dependência de mobilização; antecedentes clínicos de acidente vascular cerebral, déficits nutricionais, vírus humano da imunodeficiência e outras doenças neurológicas; medicamentos: anticoagulante, antiinflamatório, antipsicótico, antirretroviral, antivirótico, broncodilatador, corticosteroide, tuberculostático, vasoconstritor. Em crianças, média de idade de 12,7 anos, antecedentes de amputação, déficits neurológicos e outras doenças neurológicas foram estatisticamente significantes. Nenhuma criança com UP apresentava risco pela Braden Q, sendo a média de escore total de 22,3 pontos. Total de 111 úlceras foram encontradas, com média de 3,59% UP por portador, máximo de nove úlceras em dois pacientes. As lesões de grau I expressaram 4,50%, grau II 33,33%, grau III 23,42%, grau IV 12,61%, grau indefinido 16,22%, lesões tissulares 7,21%.

Regiões mais acometidas foram:

sacro (21,6%), calcâneo (15,3%) e trocanteriana (12,6%). Ressalta-se necessidade de implantação de diretriz clínica de prevenção e tratamento de UP, aplicação da escala de Braden Q em populações maiores e realização de outros estudos de prevalência e incidência.
Pressure ulcer (PU) is a problem that generates complications not only for the patient but also for the health services, such as pain, emotional impact, risk of infection, high cost of treatment, increased hospital stay and readmissions. The goal was to verify the prevalence and risk factors for the presence of PU in a teaching Hospital of Curitiba; characterize the socio demographic profile of the affected patients; explore the relationship between socio emographic and clinical variables and occurrence of PU; evaluate clinical caracteristcs the PU and its classification. This is an epidemiological study, observational, of transversal delineation, developed from March 2010 to December 2011, being that the data was collected in March and April of 2011. It was approved by the Committee of Ethics in Research of the Health Sciences Sector of the Federal University of Paraná. The in-patients in this period were evaluated according to their socio-demographic characteristics, risk factors of the Waterlow and Braden Q scale, and presence or absence of PU. The identified PU were classified according to their staging and clinically evaluated. Data were analyzed with the software Statistica® version 8.0; < p 0.05 was considered for statistical significance. The ROC (Receiver Operating Characteristic) curve was set to evaluate sensitivity and specificity of the Waterlow scale. The point prevalence was 9.97% (excluding stage I, 9.68%). Of 311 patients evaluated, 31 had PU, 17 (54.84%) were females, age varied from six to 89 with an average of 50.3 (DP=20,7), being the adults (18-59) the most affected. White skin color was predominant among the patients with PU (n = 17) and 48.39% were married. The average of hospitalization was 28.3 days (DP = 27.9). The Waterlow scale indicated high and very high risk to adult people, averaging 19.3 of the total score (< p 0.001), the ROC curve determined a cut-off point of 13.5 this population. Only one child was in the very high risk.

Risk factors in adults with statistical significance were:

weight/height, skin type, continence, mobility, age, appetite and medication.

Other variables with statistical significance in adults were:

brownish gray skin color; average of 30.5 days of hospitalization; mobility dependence; clinical history of cerebrovascular accident (CVA), nutritional deficits, human immunodeficiency virus and other neurological diseases; anticoagulant medication, anti-inflammatory, antipsychotic, antiretroviral, antiviral, bronchodilators, corticosteroids, , antituberculous , vasoconstrictor. In children, average age of 12.7, history of amputation, neurological deficits and other neurological diseases were statistically significant. No child with PU was at risk by the Braden Q, being the average of 22.3 points of the total score. A total 111 ulcers were found, with an average of 3.59% PU per patient, a maximum of nine ulcers in two patients. The lesions of stage I expressed 4.50%, stage II 33.33%, stage III 23.42%, stage IV 12.61%, undefined stage 16.22%, tissue lesions 7.21%.

The most vulnerable areas of risk were:

Sacrum (21.6%), Heels (15.3%) and trochanter (12.6%). It’s important to emphasize the need to implement clinical guidelines for the prevention and treatment of PU, applying the Braden Q scale on larger populations and conducting other studies of prevalence and incidence.

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