Análise proteômica de exossomos de leishmania infantum e o impacto dessas vesículas na imunidade a lutzomyia longipalpis

Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Cseko, Yara Maria Traub

Leishmania infantum chagasi é o principal agente etiológico da leishmaniose visceral na América Latina, uma doença letal que aflige centenas de milhares de pessoas em todo o mundo a cada ano. Estudos prévios mostraram que o parasita secreta microvesículas conhecidas como exossomos, que prolongam e exacerbam a infecção no hospedeiro vertebrado. No entanto, pouco é conhecido do seu papel no inseto vetor, o flebotomíneo. Exossomos foram isolados de parasitos em fase logarítmica e estacionária de crescimento e submetidos à análise proteômica, a fim de descrever os perfis protéicos de cada grupo e as caraterísticas e divergentes. Adicionalmente, o efeito destas vesículas sobre o sistema imune do flebotomíneo foi avaliado. Nossos estudos mostraram que exossomos de L. infantum na fase logarítmica e estacionária tem perfis protéicos distintos tanto no número como na abundância das proteínas. Quase 50 fatores conhecidos de virulência já conhecidos foram detectados, incluindo moléculas relacionadas a imunomodulação e evasão (GP63, EF1α, oligopeptidase), aumento da patogenicidade (caseína quinase, KMP-11, cisteína peptidase e BiP) e proteção do parasito (Peroxidoxina)
Adicionalmente, enquanto a maioria dos termos ontológicos funcionais foram comuns para os exossomos obtidos de ambas as fases de cresimento, aqueles associados única e significativamente com os exossomos da fase logarítmica apresentaram funções relacionados com atividade metabólica, divisão celular, reorganização do citoesqueleto e aquisição de nutrientes. Quando desafiados com exossomos, a proteína SHP-1, o homólogo do regulador negativo da via Toll do flebotomineo foi induzido positivamente, indicando que, tal como acontece no no hospedeiro vertebrado, os exossomos podem exercer um efeito supressor na imunidade do flebotomíneo. Nós demonstramos que os exossomos da fase logarítmica, apresentam um aumento acentuado no número e abundância de proteínas, incluindo varios fatores de virulência, quando comparados aos exossomos da fase estacionária do parasita. Mostramos que estes exossomos contêm GP63 ativo em alta abundância e que é provável que esta metaloprotease seja responsável pela indução de SHP-1. (AU)

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