Recidiva de hanseníase em pacientes tratados com poliquimioterapia 12 doses

Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Mestre. Leader: Sarno, Euzenir Nunes

Introdução:

O conceito de recidiva em hanseníase jamais foi bem estabelecido. Apesar disso, o reconhecimento precoce das características de recorrência da doença após o tratamento poliquimioterápico atual, com 12 doses, é de grande importância para o melhor controle da endemia e a prevenção de graves incapacidades físicas. Parâmetros confiáveis, que possam ser utilizados na rede pública de saúde, precisam ser identificados.

Objetivo:

Descrever os casos de recidiva de hanseníase e os fatores a ela associados, em pacientes tratados com 12 doses de poliquimioterapia (PQT) no Ambulatório Souza Araújo (ASA).

Métodos:

Variáveis epidemiológicas e clínico laboratoriais de 8 pacientes que apresentaram recidiva da doença, entre janeiro de 1998 e junho de 2017, foram coletadas do banco de dados do ASA. Os dados foram organizados em textos descritivos da história de cada paciente, partindo do diagnóstico da hanseníase até o final do tratamento da recidiva. Para permitir a interpretação visual de cada caso, 8 linhas temporais foram elaboradas, com aspectos relevantes em destaque

Resultados:

O número de recidivas foi pequeno em relação ao total de casos.

As características encontradas em maior número foram:

sexo masculino, idade superior a 40 anos, formas clínicas borderlines, índice baciloscópico (IB) inicial maior que 4 e final, maior que 3. O aumento do IB foi parâmetro útil, mas não o melhor, em todos os casos, para o diagnóstico da recidiva. Dentre elas, 7 ocorreram a partir do quinto ano após a alta. Houve 2 pacientes que não apresentaram lesões cutâneas quando recidivaram. Acometimento visual, orquite, epistaxe e dor lombar, em alguns casos, precederam o diagnóstico da recidiva. A análise histopatológica foi decisiva em 2 casos.

Conclusões:

O diagnóstico da recidiva, estabelecido através de dados clínico laboratoriais no contexto da história de cada paciente, parece fidedigno. Foram descritos fatores de risco conhecidos e também características pouco relatadas em associação à atividade da doença. Futuras pesquisas são necessárias para verificar a relevância das características identificadas

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