Alimentos ultraprocessados: a classificação nova, descrição e associação com indicadores de posição socioeconômica no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerasi, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader: Gonçalves, Luana Giatti

Introdução:

o consumo de alimentos ultraprocessados é elevado em países ricos e tem crescido nos países de média e baixa renda. O maior consumo desses alimentos parece influenciar negativamente a qualidade da dieta. Grupos em desvantagens na posição social estão mais suscetíveis a exposições prejudiciais à saúde e têm menor acesso a determinados recursos que favoreçam melhores condições de saúde, como o acesso a alimentação mais saudável.

Objetivos:

os objetivos da presente tese compreenderam realizar a classificação dos itens alimentares do Questionário de Frequência Alimentar do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) segundo a classificação NOVA, descrever os alimentos mais consumidos em cada grupo de alimentos da classificação NOVA e estimar o percentual de contribuição calórica de cada grupo de alimentos da NOVA no total consumido pelos participantes do ELSA-Brasil. Além disso, foi investigado se indicadores de posição socioeconômica estão associados ao maior consumo de alimentos ultraprocessados em participantes ELSA-Brasil.

Métodos:

utilizou dados da linha de base (2008-2010) do ELSA-Brasil, uma coorte multicêntrica de servidores públicos, ativos e aposentados, com idade entre 35 e 74 anos de instituições de ensino e pesquisa de seis capitais brasileiras. Os alimentos consumidos foram obtidos por questionário de frequência alimentar e classificados segundo a NOVA por meio de processo de construção juntamente com pesquisadores que foram responsáveis pela sua concepção. A associação entre o percentual de contribuição calórica de alimentos ultraprocessados e indicadores de posição socioeconômica (escolaridade, renda domiciliar per capita e classe social ocupacional) foi estimada por modelos lineares generalizados, ajustados por sexo e idade.

Resultados:

obteve-se a classificação segundo o nível de processamento do questionário de frequência alimentar aplicado aos participantes do ELSA-Brasil. Além disso, observou-se que os alimentos UP contribuíram com 22,7% da ingestão calórica total. As frutas, arroz e carne de boi e derivados e de aves contribuíram com mais de 30% do consumo da energia. O pão francês (5,0%) foi o alimento que contribuiu com maior percentual de energia entre os alimentos processados, seguido dos queijos brancos e dos queijos amarelos. Os pães ultraprocessados (3,8%) foram os alimentos ultraprocessados que mais contribuíram para as calorias totais consumidas neste grupo de alimentos, seguidos dos doces e guloseimas (3,1%) pizzas e salgados (2,4%), refrigerantes e sucos industrializados ou artificiais (2,3%). Após os ajustes por idade e sexo, observou-se redução da média aritmética da contribuição calórica percentual dos UP com o decréscimo da escolaridade, da renda familiar per capita e da classe social ocupacional. Todas as associações sugeriram um gradiente dose-resposta.

Conclusões:

a classificação NOVA foi inserida na linha de base do ELSA-Brasil, 2008-2010 e será importante para que se possa produzir evidências científicas entre a relação do consumo de alimentos ultraprocessados e desfechos na saúde. Além disso, observou-se que a contribuição calórica dos UP foi maior entre os indivíduos de nível socioeconômico mais alto entre os participantes do estudo

Introduction:

Theconsumptionof ultra-processed foods is highinrich countries and has increased in middleand low-income countries.The higher consumption of this foods seems to negatively influencein the diet quality. Groups in disadvantages in social position are more susceptible to exposures detrimental to health and have less access to certain resources that favor better health conditions, such as access to healthier food.

Objectives:

the objectives were to perform the classification of food items in the Food Frequency Questionnaire of the Longitudinal Health Study of Adult (ELSA-Brazil) according to the NOVA classification, to describe the foods most consumed in each food group of the NOVA classification and to estimate the percentage of caloric contribution of each NOVA food group in the total consumed by ELSA-Brazil participants. In addition, it was investigated whether socioeconomic status indicators are associated with higher consumption of ultra-processed foods in participants in the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brazil).

Methods:

it used data from the baseline (2008-2010) of ELSA-Brazil, a multicentric cohort of public servants, active and retired, aged 35-74 years of teaching and research institutions from six Brazilian capitals. The foods consumed were obtained by food frequency questionnaire and classified according to NOVA by means of a construction process together with researchers who were responsible for its design. The association between the percentage of caloric contribution of ultra-processed foods and indicators of socioeconomic position (schooling, per capita household income and occupational social class) was estimated by generalized linear models, adjusted for sex and age.

Results:

The classification according to the processing level of the food frequency questionnaire applied to ELSA-Brazil participants was obtained. In addition, it was observed that UP foods contributed 22.7% of the total caloric intake. Fruits, rice and beef and poultry and poultry contributed more than 30% of energy consumption. Bread roll (5.0%) was the food that contributed the highest percentage of energy among processed foods, followed by white cheeses and yellow cheeses. Ultraprocessed breads (3.8%) were the ultra-processed foods that contributed the most to the total calories consumed in this group of foods, followed by sweets and sweets (3.1%) pizzas and salted (2.4%), soft drinks and juices industrialized or artificial (2.3%).After adjustments, there was areduction in the arithmetic mean of the percentage of caloric contribution of the UP with the decrease in schooling, family income per capita and occupational social class. All associations suggested a dose-response gradient.

Conclusions:

the NOVA classification was inserted in the baseline of the ELSA-Brazil, 2008-2010 and will be important so that scientific evidence can be produced between the relationship of UP food consumption and health outcomes. In addition, it was observed that the caloric contribution of ultra-processed food was higher among individuals of higher socioeconomic level among ELSA-Brazil participants

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