Cuidados para a população idosa e seus cuidadores: demandas e alternativas
Nota Técnica n. 64 (Disoc): Cuidados para a população idosa e seus cuidadores: demandas e alternativas
Publication year: 2020
O objetivo desta nota é o de sugerir algumas medidas que possam ajudar os idosos e seus cuidadores a superarem este momento de pandemia. Reconhece-se que a idade avançada traz perdas cognitivas, físicas e mentais que podem afetar o desempenho das atividades do cotidiano, requerendo cuidados de longa duração (CLDs). Essas perdas são muitas vezes resultantes de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), às vezes múltiplas, o que torna esse grupo mais susceptível a infecções virais e bacterianas, especialmente em tempos de pandemias. Camarano (2017) estimou que, em média, os homens idosos com 80 anos ou mais poderiam viver 3,4 anos dependentes de cuidados mais intensivos no final de suas vidas e as mulheres idosas, 4,7 anos. A maior demanda por cuidados acontece em meio à menor oferta de cuidadores familiares, dada a fecundidade de sub-reposição, à maior participação das mulheres no mercado de trabalho, bem como às mudanças na nupcialidade e nos arranjos familiares. Além disso, as desigualdades sociais que caracterizam a sociedade brasileira afetam tanto as condições de saúde de toda a população quanto o acesso a serviços básicos. Além disso, pretende-se estimar o número de cuidadores familiares não remunerados. Para isso, esta nota foi dividida em quatro seções, além desta introdução. A segunda traça cinco cenários sobre o volume de pessoas demandantes de cuidado. A terceira seção projeta cenários para a população cuidada e “descuidada” e analisa, também, o cuidado familiar recebido por esses idosos. Finalmente, a quarta seção lista algumas sugestões do que poderia ser feito para ajudar tanto os idosos quanto seus cuidadores.