Interações socioculturais dos médicos cubanos participantes do Programa Mais Médicos no Brasil
Publication year: 2018
O Programa Mais Médicos (PMM) foi criado no Brasil, em 2013, no contexto da necessidade de ampliar e garantir o acesso e a cobertura dos cuidados básicos de saúde, principalmente para a população com maior vulnerabilidade social. Trata-se de uma iniciativa de natureza holística, criada não só para resolver o problema da escassez de médicos no país, mas também para assegurar o desenvolvimento de capacidades para os cuidados básicos, e investir na infraestrutura necessária e na formação do pessoal de saúde, tanto em quantidade como em qualidade. Finalmente, o recrutamento de médicos tem caráter de emergência, pois visa preencher lacunas de cobertura em municípios carentes. O PMM trouxe impactos desde seu início, sendo percebido de forma positiva pelas populações-alvo, permitindo assim superar as fortes críticas a que foi submetido por alguns segmentos da sociedade, inclusive da corporação médica. O fato é que o Programa se constitui atualmente como autêntica “marca” em saúde pública, em termos de satisfação de usuários e gestores e de resolução de problemas de saúde da população brasileira. Este livro apresenta uma nova visão sobre o PMM, ainda pouco explorada, ao adentrar nos cenários de prática para responder perguntas importantes a respeito das interações socioculturais dos médicos cubanos recrutados, com a intenção declarada de produção de conhecimento, mas também para promover melhorias na participação de estrangeiros ainda limitada na atenção primária que o SUS oferece à população. Sua leitura virá apresentar percepções, memórias e até mesmo explicações para quem, de uma forma ou de outra, está associado ao desenvolvimento do PMM, particularmente àqueles com posição comprometida com a saúde e com o reconhecimento dos cuidados primários de saúde, como o verdadeiro caminho para o desenvolvimento do sistema de saúde.