Papel das vias de sinalização Rho-ROCK e STAT3 no controle da proliferação celular induzida pelo LPA em células de carcinoma de cólon, HCT-116

Publication year: 2014
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva to obtain the academic title of Mestre. Leader: José Andrés Morgado Díaz

O câncer colorretal (CCR) é o segundo tipo de neoplasia mais incidente na população brasileira feminina e o terceiro na masculina. Durante a progressão do CCR, células adquirem capacidades proliferativas, migratórias e invasivas. Diversos estímulos são capazes de modular tais eventos, por exemplo, o ácido lisofosfatídico (LPA). Esse fosfolipídeo se liga em re Palavras-chave: 1. Câncer colorretal 2. Ácido Lisofosfatídico 3.GTPase RhoA 4. Proliferação celular ceptores específicos desencadeando diversas vias de sinalização envolvidas com a progressão tumoral. No entanto, pouco se sabe sobre o papel do LPA na progressão do CCR. O objetivo desse estudo foi investigar o papel do LPA em eventos celulares e moleculares relacionados com a progressão do CCR, assim como identificar as vias de sinalização ativadas por este agente. Inicialmente, células derivadas de câncer de cólon com diferentes potenciais invasivos e metastáticos (Caco-2, HT-29 e HCT-116) tiveram seu perfil de expressão proteica dos três principais receptores de LPA (LPA 1-3) analisados por immunoblotting. Em seguida, avaliamos a capacidade do LPA em mediar migração, invasão e crescimento independente de ancoragem e verificamos que este agente não induziu alteração destes eventos. Verificamos então, se o LPA era capaz de causar mudanças no potencial proliferativo nessas linhagens usando a técnica de cristal violeta e analisando a progressão do ciclo celular por citometria de fluxo. Observamos que o LPA causou um aumento de proliferação apenas nas células HCT-116 e de forma dependente da GTPase Rho e de sua efetora ROCK. Sabendo que as vias de β-catenina e de STAT 3 podem ser reguladas pela via Rho-ROCK, verificamos a capacidade do LPA modular a atividade transcricional de β-catenina e os níveis de fosforilação de STAT 3 (pSTAT). Embora os resultados não tenham indicado a ativação de β-catenina pelo ensaio de luciferase de TCF/Lef, observamos um aumento nos níveis de pSTAT por immunoblotting e de sua localização nuclear por microscopia confocal, indicando ativação desta via. Além disso, essa ativação foi independente da via Rho-ROCK, visto que o inibidor de ROCK, Y27632, não reverteu esse efeito. De forma interessante, observamos que a inibição farmacológica de ambos, STAT 3, com STA21, e ROCK, com Y27632, prevenia o aumento de proliferação induzido pelo LPA em HCT-116 e que a inibição conjunta dessas vias apresentava um efeito ainda maior na prevenção da progressão do ciclo celular causada pelo LPA. Finalmente, a análise de expressão gênica global das células HCT-116 tratadas com LPA por ChipArrray, mostrou um aumento na expressão gênica das ciclinas E1, A2 e B1, efeito este confirmado por immunoblotting. Ainda, nossos resultados mostraram que a inibição concomitante das vias Rho-ROCK e STAT 3 preveniu o aumento da expressão dessas proteínas. Em conclusão, no presente estudo mostramos que o LPA aumenta o potencial proliferativo das células HCT-116, uma linhagem celular com potencial mais invasivo, através de um mecanismo envolvendo uma cooperação das vias Rho-ROCK e STAT3 no controle do ciclo celular.

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