Composição corporal como fator prognóstico em mulheres com câncer de endométrio

Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva to obtain the academic title of Mestre. Leader: Gabriela Villaça Chaves

Introdução:

A sarcopenia vem sendo reconhecida como importante fator de risco para complicações cirúrgicas e aumento da mortalidade em pacientes com câncer. A estimativa da área muscular medida por tomografia computadorizada (TC) é uma técnica rápida e fácil de identificar pacientes em risco de piores desfechos. A associação entre sarcopenia e desfechos clínicos e cirúrgicos nunca foi demonstrada em casos de câncer de endométrio (CE). O objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência de sarcopenia e outras alterações na composição corporal e seu impacto sobre os desfechos de pacientes submetidos a tratamento oncológico para CE.

Métodos:

Foi criado um banco de dados, composto por pacientes submetidos a tratamento oncológico para CE, no Instituto Nacional do Câncer, entre 2008 e 2014 e que apresentavam imagem de TC disponível dentro de 30 dias antes do tratamento. As características clinicopatológicas, intercorrências cirúrgicas e sobrevida em um ano foram retrospectivamente coletados nos prontuários. O índice de músculo esquelético (iME) foi avaliado através das imagens de TC e utilizado para classificação de sarcopenia. A regressão logística multivariada avaliou preditores de complicações cirúrgicas. O tempo de sobrevivência em um ano foi avaliado pelos métodos de Kaplan-Meier e regressão de Cox. As variáveis foram consideradas estatisticamente significante quando p <0.05.

Resultados:

Foram incluídas 208 mulheres com CE. A mediana da idade foi 65 anos, e 26,4% das pacientes foram diagnosticados com sarcopenia. Das pacientes com sarcopenia, 47,2% estavam acima do peso segundo o índice de massa corporal (> 25 kg / m2). Sarcopenia e excesso de peso associado à sarcopenia foram preditores independentes de complicações cirúrgicas. A sarcopenia também foi associada com mortalidade em 30 e 365 dias. A sobrevida média em um ano das mulheres com sarcopenia foi 209,3 dias (IC 95% 168,757- 249,861) versus 307,6 dias para as mulheres sem sarcopenia (IC 289,217-325,907). Após o ajuste, sarcopenia foi um preditor independente de sobrevivência de um ano em pacientes da CE.

Conclusão:

A sarcopenia é um fator prognóstico independente em pacientes com câncer de endométrio e deve ser avaliada, sempre que possível, para possibilitar a intervenção nutricional precoce. A mioesteatose é um novo e promissor marcador prognóstico em oncologia, e pode refletir qualidade muscular

More related