A Hall Technique (HT) como estratégia de manejo de lesões de cárie em molares decíduos: um estudo de coorte relacionado à esfoliação precoce e 36 meses de um ECR comparado com o Tratamento Restaurador Atr

Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Raggio, Daniela Prócida

O objetivo desta tese foi avaliar e comparar evidências científicas quanto à eficácia da Hall Technique (HT) comparada ao Tratamento Restaurador Atraumático (ART) para manejo de lesões de cárie de molares decíduos aplicados em campo (ambiente escolar). Este volume apresenta um compilado de um estudo de coorte retrospectivo, onde é avaliada a associação entre a HT e a esfoliação de molares decíduos, e um ensaio clínico randomizado, que compara a eficácia de dois tratamentos restauradores (ART e HT), desfechos reportados pelo paciente e a custo-eficácia do tratamento experimental (HT) quando aplicado em campo, seguindo as recomendações STROBE, CONSORT, CONSORT-PRO e CHEERS respectivamente. O estudo de coorte retrospectivo investigou a associação da utilização da HT para restaurar molares decíduos com possível esfoliação precoce. Crianças que apresentavam molares decíduos restaurados com coroas de aço através da HT e possuíam o dente contralateral presente em boca estando este hígido, restaurado com outro material/técnica que não fosse a HT, cariado ou selado foram incluídas e tiveram radiografias e registros clínicos acessados para avaliar o tempo de esfoliação. Um ensaio clínico randomizado (ECR) de superioridade foi delineado e conduzido, apresentando como desfecho primário a sobrevida de restaurações ocluso-proximais de molares decíduos tratados pelo ART e pela HT em ambiente escolar, sem nenhum tipo de facilidade odontológica após 3 anos de acompanhamento. Este ensaio clínico teve como desfechos secundários a resolução da dimensão vertical de oclusão (DVO) após a cimentação das coroas de aço pela HT; a esfoliação dos dentes tratados no estudo; o desconforto relatado pelo paciente no momento em que as restaurações foram realizadas; a aceitabilidade dos tratamentos pelos pacientes e seus responsáveis; percepção das crianças em relação à qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) e a custo-eficácia dos tratamentos. Os pacientes incluídos no ECR foram tratados por 3 diferentes operadores, sendo eles dois estudantes de graduação em Odontologia e um especialista em Odontopediatria, dentro das escolas municipais da cidade de Tietê, São Paulo. Os tratamentos foram avaliados em 1, 2, 3 semanas e 1, 6, 12, 18, 24, 30 e 36 meses. Foram classificadas em "sucesso", "falhas menores" e "falhas maiores". Imediatamente após os tratamentos terem sido realizados, o desconforto das crianças foi acessado por meio da escala facial de dor de Wong-Baker (WBFS). A aceitabilidade dos tratamentos foi avaliada através de questionários para as crianças e seus pais/responsáveis após a realização dos tratamentos. Em relação à QVRSB, questionários foram aplicados para as crianças previamente e seis meses após os tratamentos. O custo dos tratamentos (profissional e material) foram calculados para estimar o custo incremental dos tratamentos. Para análise estatística, foram utilizados os seguintes testes estatísticos: análise de sobrevida de Kaplan-Meier, Regressão de Cox, Regressão Linear de Multinível, Regressão Logística Ordinal, testes de Wilcoxon e Mann-Whitney, Regressão linear de Bootstrap e análises descritivas. Os níveis de significância foram ajustados em 5%. Nenhuma associação foi encontrada entre a utilização da HT em molares decíduos e a esfoliação precoce desses dentes quando comparados com seus contralaterais. A HT apresenta maior sobrevida quando comparada ao ART para manejo de lesões ocluso-proximais (HT=93,4%; ART 32,7%) e, embora tenha apresentado um maior desconforto quando comparado com o ART, esse não parece ser clinicamente relevante. A aceitação em relação aos tratamentos pelos pacientes e seus responsáveis é alta, com exceção da aparência da HT para os responsáveis. A HT se apresenta como tratamento custo-eficaz após 3 anos de acompanhamento.

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