Sentidos que fundam modos de ser de gestantes na prevenção do câncer do colo do útero salvador 2013

Publication year: 2013
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal da Bahia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Lopes, Regina Lúcia Mendonça

Introdução:

A gravidez representa uma vivência repleta de sentimentos de prazer, satisfação, medo, ansiedade. Uma fase da existencialidade em que há estreita relação entre os aspectos fisiológicos, emocionais, sociais, conjugais que requerem, por parte da mulher, contínuas e gradativas adaptações dos modos de ser, na perspectiva de mudanças nos papéis sociais e no campo das emoções. Portanto, falar de câncer do colo do útero nesse período demanda sensibilidade para reconhecer que a gestante necessita de atitudes de acolhimento e compreensão. Nessa perspectiva, insere-se o acompanhamento com a consulta pré-natal cuja finalidade é acolher a mulher desde o início da gravidez.

Objeto de estudo:

sentidos da prevenção do câncer do colo do útero para gestantes.

Questionamento de pesquisa:

quais os sentidos da prevenção do câncer do colo do útero para gestantes atendidas no ambulatório da UBS/CSU, em Feira de Santana-BA, no ano de 2012? Objetivo: compreender os sentidos da prevenção do câncer do colo do útero na ótica de gestantes. Neste estudo, a palavra sentido tem a conotação heideggeriana que se traduz em horizonte, modos de ser, perspectiva.

Método:

fenomenológico, com iluminação no eixo teórico filosófico da fenomenologia heideggeriana, que seguiu a orientação metódica das etapas de redução, construção e destruição fenomenológica. Participaram 10 gestantes, maiores de 18 anos, que realizaram o papanicolaou na gestação atual ou em outra, estavam cadastradas e eram atendidas por enfermeiras no ambulatório de pré-natal da (UBS/CSU), no município de Feira de SantanaBA. Para a obtenção dos depoimentos, foi aplicada a entrevista fenomenológica. A análise compreensiva se deu conforme o referencial teórico filosófico de Martin Heidegger e outros estudiosos da fenomenologia.

Resultados:

com o emergir das unidades de sentido, foi desvelado que as gestantes vivenciam o fenômeno da prevenção do câncer do colo do útero com o velamento da palavra câncer, no modo da ambiguidade na convivência conjugal, experienciando a impessoalidade nas relações entre profissional e cliente e no modo da falação.

Conclusão:

necessitamos enfrentar o desafio de reconhecer a fragilidade do modelo biomédico para cuidar da saúde das mulheres. O enfrentamento poderá ser no pesquisar, aprender, re-aprender e ensinar o cuidar. Defendo, então, que o modelo de atenção em prénatal seja pautado no modo compreensivo de solicitude, de voltar-se ao outro como outro, centrado na dimensão existencial da mulher que busca os serviços de saúde, pois o agir em saúde vinculado à temporalidade e à historicidade da presença diz respeito à ação humana vinculada ao horizonte da existencialidade e ao modo aberto de ser-no-mundo. (AU)

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